Treinador chamou 10 jogadores que trabalharam em Flamengo, São Paulo, Santos e Athletico-PR, e outros 14 que ele ou a comissão observaram ao vivo já em 2024. Douglas e Wendell são “novatos”.
Tempo é um problema corriqueiro para os trabalhos com seleções. Ciente disso, Dorival tratou de buscar antídotos e apresentou dois deles na convocação do Brasil para as partidas contra Inglaterra e Espanha: chamar jogadores que já treinou e se aproximar antes mesmo da definição da lista de boa parte daqueles que ainda não conhecia. No fim das contas, apenas dois serão “novidades”: Wendell e Douglas Luiz.
A relação com 26 jogadores para as duas primeiras partidas de Dorival na Seleção conta com 10 nomes que foram seus comandados em Flamengo, São Paulo, Santos e Athletico-PR. Já outros 14 foram observados ao vivo pelo próprio treinador ou por membros de sua comissão técnica já após a virada do ano.
“A falta de tempo é uma realidade e temos que tentar acelerar este processo. Se você começar a encurtar esse caminho conversando com determinados jogadores, mas pontuando que aquilo não é uma garantia de convocação. Falamos com muitos jogadores e muitos que tivemos contato neste momento oito, nove, dez foram convocados. Estamos atentos, olhando e observando procurando uma correção”, afirmou.
Dorival e os auxiliares Lucas Silvestre e Pedro Sotero ficaram duas semanas na Europa, onde acompanharam do estádio oito partidas e visitaram outros oito centros de treinamentos. Neste período, observaram e se encontraram com Ederson, Yan Coutto, Gabriel Magalhães, Marquinhos, Bruno Guimarães, Casemiro, Martinelli, Raphinha, Vini Jr, Savinho e Richarlison.
Mais do que acompanhar partidas, o treinador e seus pares tiveram encontros com a maioria dos jogadores onde se apresentaram, falaram das perspectivas para a Seleção e, principalmente, ouviram os novos comandados. Dorival sabe que a cobrança será grande, mas entende que o processo é gradativo e tentará usar o tempo entre as Datas Fifa para se conectar com as peças que utilizará em campo.
“Os resultados vão demorar para acontecer, tenho a consciência disso, mas estamos trabalhando para diminuir essa distância neste momento que estamos passando. O futebol brasileiro se reencontra e consegue sempre uma transformação, desde que a gente tome uma decisão e busque o melhor caminho possível. Temos que apresentar soluções e não atirar pedras, apontar erros”, salientou o novo comandante.
No Brasil, Dorival ou membros da comissão técnica também estiveram em nove partidas, onde puderam ver de perto Murilo, André e Endrick, trio que não passou por suas mãos. Já os dez que o treinador conhecia melhor são: Bento, Rafael, Danilo, Beraldo, Ayrton Lucas, João Gomes, Andreas Pereira, Pablo Maia, Rodrygo e Lucas Paquetá.
Os convocados e Dorival
*Velhos conhecidos: Bento, Rafael, Danilo, Beraldo, Ayrton Lucas, João Gomes, Andreas Pereira, Pablo Maia, Lucas Paquetá e Rodrygo.
*Visitados e observados ao vivo: Ederson, Yan Coutto, Murilo, Gabriel Magalhães, Marquinhos, André, Bruno Guimarães, Casemiro, Martinelli, Raphinha, Vini Jr, Richarlison, Endrick e Savinho.
Observados à distância: Wendell e Douglas Luiz
Boa parte deles também se encontrou com o técnico na viagem pela Europa, e a conversa mais importante foi com Lucas Paquetá. Dorival o treinou no Flamengo em 2018, sendo um dos primeiros a deslocá-lo para posição de segundo volante.
Quando retornou de lesão, na vitória do West Ham sobre o Brentford, na última segunda-feira, Dorival já estava de volta ao Brasil. A dupla, no entanto, se encontrou pessoalmente em Londres para conversa que acabou determinando a volta de Paquetá à Seleção após ausência na era Fernando Diniz por investigação sobre participação em apostas esportivas.
Beraldo e Rodrygo celebram chamado
Um dos novatos da convocação, Lucas Beraldo não escondeu a alegria e a gratidão pela primeira oportunidade na Seleção. O zagueiro se firmou como titular do São Paulo na gestão do treinador, sendo um dos destaques da conquista da Copa do Brasil.
“Só tenho a agradecer ao professor Dorival e sua comissão pela oportunidade, a Deus por tudo que tenho vivido. Não só por vestir a camisa da Seleção, mas do PSG também. Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar tão rápido, mas estou pronto e preparado para desfrutar desse momento da melhor forma possível”, afirmou o atleta.
Rodrygo foi outro que comemorou mais um chamado. Ainda na transição da base para o profissional, o jovem foi treinador por Dorival no Santos, mas não chegou a entrar em campo: “Grande alegria por essa convocação. É uma honra representar o meu país, mais uma vez, com a Seleção Brasileira. Vai ser um período de muita dedicação e seriedade com o trabalho do professor Dorival. Vou dar tudo de mim para ser protagonista com a camisa da Seleção e ajudar o grupo a colocar o futebol brasileiro no seu devido lugar.”
Brasil e Inglaterra se enfrentam no dia 23 de março, no estádio de Wembley, em Londres, enquanto a Espanha será a adversária da Seleção no dia 26, no Santiago Bernabéu, em Madrid. O elenco se apresenta na capital inglesa no dia 18 e treinará no CT do Arsenal.
*Com informações do ge