Dra. Layne Beretta Martins Ronchi explicou sobre fatores de risco e prevenção.
Como uma das principais causas de óbitos do mundo, as doenças cardiovasculares são destaque nas pesquisas médicas. Um dos grandes vilões associados a estas doenças é o colesterol alto. Por isso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) promove uma campanha de combate ao colesterol.
A médica endocrinologista do SanSaúde, Dra. Layne Beretta Martins Ronchi, explicou mais sobre a doença. “Atualmente, recomenda-se que os valores de referência para LDL (lipoproteína de baixa densidade) e colesterol não-HDL devam ser individualizados, com base no risco cardiovascular estimado de cada indivíduo. Dessa forma, cada paciente tem um valor alvo de colesterol”, afirmou.
Ela detalhou que o colesterol é constituído por várias frações, sendo as principais o LDL e o HDL. “O LDL é conhecido como “colesterol ruim” pois é capaz de se depositar nas artérias dos vasos sanguíneos formando placas de Gordura (aterosclerose). Já o HDL é popularmente conhecido como “colesterol bom”, pois ele remove o excesso de colesterol do organismo de volta ao fígado, para ser metabolizado”, disse.
Quais doenças o colesterol alto desenvolve?
Dra. Layne disse que o colesterol é importante na produção de hormônios como a vitamina D, hormônios esteroides sexuais, ácidos biliares e na formação da membrana celular. “Quando elevado (especialmente o LDL), está associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, dentre as quais se destacam o infarto agudo do miocárdio, AVC e doença arterial obstrutiva periférica”, esclareceu.
COVID-19
A médica endocrinologista explicou que o colesterol alto por si só não tem relação com pior desfecho no Coronavírus. “Mas, muitos pacientes com colesterol alto têm outros fatores de risco cardiovasculares, e isso pode se associar a uma pior evolução da infecção pelo SARS-CoV-2”, alertou.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco são os fatores genéticos e a influência alimentar. “Os níveis de colesterol no sangue dependem muito mais da taxa de remoção do colesterol pelo fígado, que é genética e varia de pessoa para pessoa. Porém, uma parte também tem relação com os hábitos alimentares e estilo de vida. Outros fatores como doenças e medicamentos também podem contribuir para o excesso de colesterol”, destacou.
Crianças
Crianças normalmente tem níveis menores de colesterol e um menor risco cardiovascular que os adultos, porém, menores de idade que apresentam hipercolesterolemia familiar (doença genética), os níveis de colesterol são muito elevados, com desenvolvimento de doença cardiovascular prematura.
Prevenção
Dra. Layne enfatizou que não se pode alterar os fatores genéticos, mas a prevenção do excesso de colesterol pode ocorrer por meio de atividade física regular e uma alimentação saudável, com redução na ingesta de gorduras saturadas e gorduras trans (encontradas em alimentos industrializados). “Também é importante controlar a glicose, a pressão, parar de fumar e reduzir o peso, quando excessivo”, complementou.
Dietas low carb
A médica alertou quanto a dietas restritivas de carboidratos. “Pacientes que fazem Low carb podem apresentar aumento do LDL, pois ao restringirem a ingestão de carboidratos, aumentam o consumo de gorduras totais, incluindo gorduras saturadas”, disse.
Água com limão ajuda a diminuir colesterol?
Não. “Isso é mito. A redução de colesterol depende de dieta saudável, atividade física e uso de medicamentos, quando indicado”, concluiu.