Emerson Pereira pede que população não dê esmolas para pessoas em situação de rua 

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Emerson Pereira pede que população não dê esmolas para as pessoas em situação de rua – Foto: Reprodução

Na tribuna da Câmara, o vereador elencou ações do Poder Público e subiu o tom afirmando que as pessoas em situação de rua em Votuporanga “são sem vergonha” e “quer ficar na vagabundagem”.


O vereador Emerson Pereira (PSD) aproveitou seu tempo de tribuna na 12ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, realizada nesta segunda-feira (8.abr), para pedir, encarecidamente, que a população não dê esmola para as pessoas em situação de rua.

A crise envolvendo moradores de rua em Votuporanga não é recente e já foi abordada na Câmara por diversas vezes e por diversos vereadores, inclusive, após episódios de violência e vandalismo.

Desta vez, o vereador que estava à frente da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, subiu o tom: “Temos que conscientizar a população de Votuporanga a não dar esmolas às pessoas em situação de rua. A Prefeitura está fazendo a sua parte, nós temos casa de acolhimento, tem comida, tem passagem para voltar para suas cidades de origem, roupas, local para tomar banho, mas muitos preferem ficar nas ruas para usar drogas e bebidas. Essas pessoas são sem vergonhas, elas ficam nas ruas porque elas querem não podemos jogar a culpa somente no Poder Executivo, porque a Prefeitura não pode pegar essas pessoas a força e colocar numa clínica para dependentes químicos, não pode pegar a força e mandar para outra cidade, porque é crime e se o prefeito fizer isso ele responde por improbidade administrativa”, afirmou Emerson Pereira.

A fala do parlamentar gerou reação entre os pares, já que o tema mobilizou também a vereadora Jezebel Silva (PP), que já fez vários requerimentos e indicações sobre o problema. Segundo ela, a Prefeitura tem sim responsabilidade e precisa fazer algo de efetivo para resolver a situação.

“O senhor como ex-secretário de Direitos Humanos eu pergunto: como que nós vamos acabar com os moradores de rua da cidade com tudo que a Secretaria de Direitos Humanos proporciona? Sopa, marmita, café da manhã… De que forma vamos exigir dos nossos moradores para não darem esmola se eles já têm tudo? Eles têm onde tomar banho, tem onde almoçar, só não tem onde dormir porque não aceitam. Tenho conhecimento da lei e sei que não pode forçá-los a sair da nossa cidade, mas tem que ser feita alguma coisa. Não dá para pedir aos munícipes para não dar esmola se são ameaçados”, afirmou Jezebel Silva.

Em resposta, Emerson afirmou que o que a Prefeitura oferece é o básico, justamente para que essas pessoas não dependam de esmolas, e reforçou que a Prefeitura está de mãos amarradas diante do que diz a Constituição. “Digo mais uma vez, eles não aceitam ajuda, não aceitam nada que oferecemos. A gente oferece passagem para irem embora, oferece acolhimento, oferece emprego, mas eles não aceitam nada. Dar esmola não adianta, não ajuda, só serve para eles comprarem bebidas e drogas mais tarde.”