Em evento hoje (28) na capital paulista, o ex-governador já foi tratado como candidato ao Palácio dos Bandeirantes por lideranças do PSB e do PSD.
O ex-governador Geraldo Alckmin explicitou sua entrada na pré-campanha ao governo de São Paulo longe do PSDB, que deve deixar nas próximas semanas. Em evento hoje (28) na capital paulista, ele já foi tratado como candidato ao Palácio dos Bandeirantes por lideranças do PSB e do PSD.
Com a presença do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), do ex-ministro Aldo Rebelo (Solidariedade) e a participação virtual do ex-governador Márcio França (PSB), o evento teve tom eleitoral e críticas à gestão de João Doria (PSDB-SP). Cada vez mais distante do PSDB, que ajudou a fundar, o ex-governador deve ir para o PSD.
Oficialmente, o evento marcou a filiação de Chiquinho Pereira, presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, ao PSB, mas a estrela foi o ex-governador paulista. Em meio a elogios a Alckmin, os presentes explicitaram demandas e falaram em “união dos partidos por São Paulo”.
“Hoje, seguimos aqui esperando seus passos para que possamos estar ao seu lado, com seu trabalho para construir um estado cada vez melhor”, disse Kassab, que chamou o quase ex-tucano de “o principal político do estado de São Paulo e uma das principais lideranças do Brasil”.
França, que perdeu a disputa do governo estadual contra Doria em 2018, levantou o tom contra o governador, a quem acusou de criar “uma campanha eleitoral de quatro anos”.
“A campanha tem de ter seu momentos, não dá para antecipar esses fatos. A população espera uma condução. Se você antecipa as eleições, faz todo mundo ficar com o time dividido. O Brasil precisa voltar a unificar suas falas, poucas pessoas têm capacidade para isso. O governador Alckmin é um homem para isso, é um idealista”, declarou França.
A uma plateia repleta de sindicalistas, Alckmin não seguiu as críticas a Doria, focou no governo federal, mas fez um discurso claramente político, chamando São Paulo de “a terra do trabalho”.
“Nós vermos conquistas suadas serem suprimidas pelo Congresso, é inacreditável. Só tem uma resposta: organização da sociedade civil. É o trabalho, são os sindicatos!”, bradou o ex-governador.
A ida de Alckmin ao PSD já é esperada. O ex-governador pretendia se lançar mais uma vez ao Palácio dos Bandeirantes, que ocupou de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018, pelo PSDB, mas resvalou nos planos do grupo de Doria.
Em maio, o governador trouxe o vice-governador Rodrigo Garcia do DEM para o PSDB com o objetivo de lança-lo como sucessor. Alckmin, que se considerava candidato natural, irritou-se e estava resistente a disputar as prévias.
Com apoio de poucos tucanos da “velha guarda”, Alckmin passou a negociar sua saída desde o início do ano. Segundo tucanos, ele dizia que não sairia do partido que ajudou a fundar “pela porta dos fundos”.
No grupo de Doria, no entanto, a crítica ao ex-governador é que ele, com mais de uma década de Palácio, em dois turnos, deveria “largar o osso”.
*Informações/UOL