Aprovados no certame afirmaram que demora na convocação visa beneficiar cargos de confiança que ocupam as funções. “Nesta sexta, ao abrir o Diário Oficial à Prefeitura estava designando funcionários comissionados para vagas que são dos concursados. A gente está sendo feito de palhaço”, desabafou.
O concurso público da Prefeitura de Votuporanga/SP, Nº 001/2023, gerido pelo Instituto Consulpam, que prevê a contratação de diretores, vice-diretores e coordenadores de escola, que outrora colocaria fim a série de reclamações de pais e responsáveis, conforme noticiado pelo Diário, seguem como motivo de indignação para os aprovados no certame.
Essa não é a primeira vez que este Diário aborda o tema. O retrato da saga que parece interminável ganha mais um capítulo, após a homologação do concurso: à espera da convocação.
Entretanto, as reclamações dos participantes vêm de longe, quando, os até então, candidatos às vagas oferecidas junto a Secretaria Municipal da Educação; em 7 de julho, citaram supostas inconsistências na prova objetiva, primeira etapa, além da suspensão da prova psicológica, segunda etapa do concurso. Em seguida, a homologação que saiu mais de 10 dias após a data estipulada no edital.
Por fim, o que parecia ser o fim do ciclo, a realização de um sonho para os candidatos, na verdade se tornou motivo para mais irritação e reclamações. Quase 20 dias após a homologação, sem nenhuma convocação, dois candidatos que preferiram não ter a identidade divulgada, procuraram o Diário nesta sexta-feira (29.set), indignados.
“Na manhã desta sexta, ao abrir o Diário Oficial à Prefeitura estava designando funcionários comissionados para vagas que são dos concursados. Nossas vagas, nós pagamos a inscrição, estudamos, fizemos do jeito que exigiram o concurso. As vagas existem e eles [Prefeitura] colocam pessoal de dentro e não convocam que tem o direito de estar lá? Isso é indignante, é um absurdo. Só consigo entender, de tudo isso, que a gente está sendo feito de palhaço”, desabafou.
De acordo com o outro profissional da educação, aprovado no certame, o motivo dos atrasos foram propositais: “É lamentável. Essa protelação toda busca manter os cargos comissionados, profissionais que já ocupam essas funções na confiança, em cargos efetivos. Porém não é justo com quem pagou a inscrição, estudou, se preparou, prestou o concurso conforme determinaram e agora está à disposição. Essa história de cargos em comissão já deu até problema na Justiça, tem um acórdão do Tribunal de Justiça que mandou a Prefeitura de Votuporanga resolver isso lá em agosto do ano passado, mas, olha aí, é uma dificuldade em levar a cabo a efetivação dos concursados, por que será?”
“É impressionante o esforço que fazem para manter esses servidores comissionados até os últimos momentos, mesmo que isso custe deixar quem se dedicou em concurso para depois. Agem como se a Educação de Votuporanga não precisasse desses profissionais”, emendou.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Votuporanga não respondeu aos questionamentos.