Delegado fala em ‘crueldade’ de dupla que enganava idosos com doença e prometia cura para aplicar golpes

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Suspeitos presos por aplicar golpes contra idosos em Novo Horizonte — Foto: Arquivo pessoal

Segundo a polícia, criminosos faziam vítimas cuspir em um papel com reagente. Como a saliva ficava vermelha, suspeitos diziam que era sangue e prometiam a cura. Delegacia de Investigações Gerais de Novo Horizonte/SP prendeu dupla nesta quinta-feira (3).


O delegado de Novo Horizonte/SP responsável pela investigação que terminou com a prisão de dois homens suspeitos de aplicar golpes da “falsa cura” afirmou que os criminosos agiam de “forma cruel”, usando a religiosidade de idosos e um reagente químico que muda a cor da saliva para enganá-los.

Os dois homens foram presos na tarde de quinta-feira (3), em Limeira/SP, cidade localizada a mais de 270 quilômetros de distância de Novo Horizonte.

“É uma tremenda maldade. As pessoas têm medo de morrer, o que é normal a partir de certa idade, e acabam acreditando. Os estelionatários vão mudando, criando novas formas de fazer vítimas”, disse o delegado André Luiz Ferreira de Almeida.

De acordo com o delegado, os suspeitos ficavam perto de igrejas e abordavam pessoas mais velhas e apegadas à religião. Eles inventavam que as vítimas estavam doentes, obrigavam-nas a cuspir em um papel com um reagente que fazia a saliva ficar vermelha e diziam que era sangue.

“Eles diziam que fariam uma oração para curar as vítimas. As pessoas colocavam os pertences em um saco e eram levadas para lugares ermos. Os criminosos realizavam um procedimento qualquer, abandonavam as vítimas e fugiam com os pertences”, afirmou o delegado.

Ainda segundo André de Almeida, os homens começaram a ser investigados entre outubro e novembro do ano passado, quando os idosos passaram a procurar a delegacia. Ao todo, quatro golpes foram aplicados em Novo Horizonte.

“Existem casos em outros municípios. Acreditamos que mais pessoas estejam envolvidas. Estamos investigando aparelhos celulares que foram apreendidos. As diligências continuam”, disse.

*Informações/g1