DAR O PEIXE, ENSINAR A PESCAR, MAS TAMBÉM CUIDAR DO RIO 

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI - Foto: Reprodução

“É melhor ensinar a pescar do que dar o peixe.” Sim, é uma boa frase, uma boa dica, mas eu penso que existe uma terceira opção: cuidar do rio.

Muitos pais optam por dar o peixe. Fazem isso por amor, por proteção, por querer evitar a dor. Outros se esforçam para ensinar os filhos a pescar, a lutar, a conquistar. Mas o que acontece quando esses filhos, mesmo sabendo pescar, saem para o mundo e encontram rios poluídos — rios cheios de corrupção, egoísmo e relações doentes? 

Não basta apenas ensinar a pescar; é preciso garantir um rio limpo, cuidar do rio.
E esse rio vai além da nossa casa. Cuidar do rio é olhar para o coletivo, é cuidar do ambiente emocional e moral onde todos nós vivemos. 

Mesmo que eu não tenha um filho com autismo, nem alguém próximo que use drogas, ainda assim posso e devo colaborar para que a sociedade seja mais justa, mais limpa. 

Só assim aquele que aprendeu a pescar encontrará um rio onde o peixe ainda vive, onde a vida saudável continua. 

“O justo florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano.”(Salmo 92,13)

ACREDITAR EU NÃO ACREDITO, MAS QUE EXISTE, EXISTE

Penso que Deus acredita mais no homem do que o homem acredita em Deus.
E é fácil de deduzir isso: quantos você conhece que estão dispostos a morrer por Deus? Agora… Jesus morreu por você.

Existem ateus que dizem não acreditar em Deus porque há muita coisa que não entendem.

Mas que coisa, hein? Eu também não entendo um monte de coisas, e é exatamente por isso que acredito.

Excluir Deus, criador de tudo, é o maior gesto de prepotência humana. É como um filho negar o ventre que o gerou. 

E no fim, acabo preferindo a resposta irônica de um ateu não tão convicto assim que certa vez me disse: “Acreditar em Deus eu não acredito, mas que existe, existe.”

“Diz o insensato em seu coração: não há Deus. Corromperam-se e cometeram ações abomináveis.” (Salmo 13,1)

NÃO MINTA AQUI, E EM LUGAR NENHUM.

Na sala onde trabalho, adesivei uma frase na parede, uma frase provocante.
Peguei aquele aviso clássico do cigarro e adaptei: 

“Para o bem nas nossas relações comerciais, não minta aqui. Para o seu bem, não minta em lugar nenhum.” 

Principalmente no mundo corporativo, é difícil resistir à tentação da “mentirinha do bem”:
para fechar uma venda, para deixar o produto mais bonito, para disfarçar uma falha.
Vai comprar um carro usado? “Única dona, quilometragem original.”

Mas o problema é mais antigo.  A primeira mentira foi lá no Éden. A serpente mentiu pra Eva, Eva mentiu pra Adão, e Adão tentou mentir até pra Deus. Resultado: expulsos do paraíso.

Agora imagina um mundo sem mentira. Quanto tempo, quanto dinheiro, quanta saúde a gente economizaria?

E Jesus foi direto: “Satanás é o pai da mentira.” Ou seja, a cada vez que mentimos, é como se disséssemos ao mal: “Benza, pai.” 

“Por isso, deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo.”
(Efésios 4,25)

DE PESCADOR DE PEIXES A PESCADOR DE HOMENS

O convite de Jesus a Pedro é um dos mais belos do Evangelho. Jesus o chama e diz: “A partir de agora, tu serás pescador de homens.” 

Pedro era pescador de peixes. Ele tirava o peixe da água e o trazia para fora, e o peixe morria. O pescador de peixes, por natureza, tira a vida daquilo que pesca. 

Mas Jesus transforma Pedro. 

Agora, em vez de trazer o vivo para a morte, ele traz o morto para a vida.
O movimento se inverte: Pedro agora tira o homem morto pela ausência de Deus e o coloca diante da Boa Nova da salvação. 

De pescador de peixes a pescador de homens. De quem retira vidas, para quem devolve almas à vida, e vida a alma. 

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” (Mateus 4,19)

EDUCAÇÃO NÃO É GRATIDÃO

Esses dias, falando sobre gratidão, alguém me disse: 

“Eu me sinto uma pessoa muito grata. Quando alguém me faz um favor, eu sempre agradeço.”
Mas gente, isso não é gratidão. O nome disso é educação. 

Se na sua relação com Deus por exemplo você diz: “Eu vou sempre à Igreja, eu rezo” 

Isso também não é gratidão. Isso é oração. Ambas são virtudes preciosas, mas a gratidão vai além. 

Gratidão é olhar o que se tem, e não o que falta. 

É trocar o olhar da carência pelo olhar da abundância. 

É parar de contar os problemas e começar a contar as bênçãos. 

A maioria de nós ainda vive no instinto da criança que chora por tudo: tinha fome, chorava; queria colo, chorava; e até hoje, adulto, continua chorando. Treinamos o inconsciente a reclamar, e ele se acostumou. 

Mas hoje, com tudo que sabemos, já dá para reprogramar o olhar. A gratidão é a mais alta forma de inteligência emocional, porque quem agradece, reconhece a vida como um presente. 

E o Tio Paulo já dizia lá em 1 Tessalonicenses 5,18 “Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus.”

Por: Carlinhos Marques 

Presidente Fundador Instituto Novo Sinai, idealizador projeto “Sobriedade Já” 

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