Cuidadores são afastados após denúncia de bullying e uso de arma de choque contra crianças em Fernandópolis 

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Casa Cofasp em Fernandópolis — Foto: Reprodução/Google Street View

Boletim de ocorrência foi registrado em fevereiro. Ministério Público e Conselho Tutelar foram acionados para investigar supostas violência psicológica e agressão; local acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.


Dois cuidadores foram afastados do trabalho após uma denúncia de bullying e de uso de arma de choque contra crianças acolhidas por um abrigo em Fernandópolis/SP. Um boletim de ocorrência foi registrado em fevereiro. 

Segundo apurado, uma das cuidadoras, de 58 anos, teria ofendido diversas vezes uma criança, de sete anos, chamando-a de obesa e dizendo que atrapalharia a adoção da irmã. A criança foi ouvida pelo Conselho Tutelar e continua abrigada. A suspeita, por sua vez, negou o caso. 

Outro cuidador, de 27 anos, também foi denunciado porque teria usado uma arma de choque contra um adolescente de 12 anos. A vítima foi ouvida pelo Conselho Tutelar e confirmou que foi agredida uma vez e fugiu da instituição para a casa do pai. 

Conforme apurado pela reportagem, o suspeito confessou que levava a arma de choque para o abrigo. Ele foi advertido, porém, negou a agressão. 

O Ministério Público (MP) também foi acionado e confirmou que investiga a violência psicológica e a agressão. Disse que ingressou com um pedido de medidas protetivas, que foi deferido pelo Juízo da Infância e Juventude da Comarca de Fernandópolis. 

“Assim que tomou conhecimento dos fatos, o Ministério Público ingressou com pedido de medidas protetivas de urgência em favor das crianças e adolescentes acolhidos, requerendo o afastamento dos cuidadores suspeitos da instituição de acolhimento”, diz o MP. 

Questionada, a instituição de acolhimento, Casa Cofasp, afirmou em nota que os cuidadores ficarão afastados até a conclusão das investigações. O local cuida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, sem que tenham cometido infrações. Eles são acolhidos por meio de determinação judicial e permanecem na casa temporariamente, em tempo integral, enquanto se buscam alternativas de retorno ao convívio familiar ou família substituta, a partir de guarda ou adoção. 

A Polícia Civil de Fernandópolis também vai investigar os crimes. 

*Com informações do g1