Corregedor do TSE inclui proposta de decreto para mudar resultado de eleição em ação contra Bolsonaro 

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Ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Benedito Gonçalves - Foto: Rafael Luz/STJ

Documento foi encontrado na terça-feira (10) durante a operação da PF na casa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres.


O ministro Benedito Goncalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a inclusão da minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, com uma proposta de decreto fosse instaurado estado de defesa em uma das 16 ações das quais Jair Bolsonaro (PL) é alvo na corte.

“Constata-se, assim, a inequívoca correlação entre os fatos e documentos novos e a demanda estabilizada, uma vez que a iniciativa da parte autora converge com seu ônus de convencer que, na linha da narrativa apresentada na petição inicial, a reunião realizada com os embaixadores deve ser analisada como elemento da campanha eleitoral de 2022, dotado de gravidade suficiente para afetar a normalidade e a legitimidade das eleições e, assim, configurar abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”, disse o ministro. 

O documento será incluído no processo movido pelo próprio PDT que investiga a reunião de julho de 2022 com os embaixadores no Planalto. 

O estado de defesa está previsto no artigo 136 da Constituição. O mecanismo permite que o presidente intervenha em “locais restritos e determinados” para “reservar ou prontamente restabelecer a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”. 

O texto teria como objetivo reverter o resultado da eleição presidencial, da qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso. 

O documento foi encontrado na terça-feira (10.jan) durante a operação da PF na casa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal. 

Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou a prisão de Torres. Ele estava em viagem aos Estados Unidos. Ele foi exonerado do cargo de secretário durante o ataque aos Três Poderes, em Brasília/DF, no domingo (8). 

Pelo Twitter, Anderson Torres disse que havia na casa dele “uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim”. 

*Com informações da CNN