Mesmo após intensas polêmicas de irregularidades durante as eleições dos Conselheiros Tutelares de Votuporanga, deflagradas na imprensa, os cinco Conselheiros Tutelares foram empossados nesta última sexta-feira.
A cerimônia de posse aconteceu no Parque da Cultura, na tarde desta sexta-feira e os cinco conselheiros tutelares diplomados e empossados foram: Osmair Francisco, o Dica, Cristiana Pereira, Beatriz Cavalari, Cleber de Lima Dias e Celma Lucia Fraga Lima
Ligia Oliveira de Melo da Silva, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Votuporanga (CMDCA), espera, enquanto representante da entidade que os conselheiros empossados desenvolvam um excelente trabalho.
Na opinião dela, mesmo existindo intensas polêmicas na eleição e uma investigação realizada pelo próprio órgão (CMDCA), além Ministério Público Estadual, nada vai atrapalhar o trabalho dos Conselheiros. Segundo ela, todo o processo ocorreu de forma clara e transparente.
O secretário municipal de Direitos Humanos, Gilvan Carlos dos Santos, disse que a expectativa para o mandato dos novos conselheiros acontecerá da melhor forma possível, já que Conselho Tutelar desempenha um trabalho importante na comunidade.
Denúncias de irregularidades
Na época da eleição do Conselho Tutelar, ocorrido em outubro de 2019, candidatos que perderam denunciaram que houve fraudes no pleito.
Eles divulgaram por meio de uma carta aberta à imprensa, indícios possíveis fraudes e/ou desacordo com a lisura e legalidade desejada no pleito, e pediam esclarecimento e elucidação:
“Todos nós que assinamos esta missiva pública participamos como candidatos do pleito para o preenchimento das cinco vagas ao Conselho Tutelar de Votuporanga, ‘eleição’ que transcorreu neste domingo último, dia 06 de outubro.
Por não concordamos com os inúmeros indícios de irregularidades que acabaram por contaminar o resultado da eleição, tais como:
a-) efetivo e indiscriminado movimento de transporte de eleitores por parte de alguns candidatos;
b-) denunciação pública de compra de votos;
c-) vinculação de alguns candidatos ao sistema Municipal de Assistência Social;
d-) falta de transparência na apuração;
e-) falta de lógica e de transparência no sistema montado para o exercício do voto, com o cadastramento em um ambiente e o local de votação em outro, o que, em tese, poderia ter produzido reprodução das senhas de votação (tickets coloridos), já que o eleitor transitou pelas instalações de posse dele e até notícias de que alguns o receberam, mas em virtude do tumulto na fila de votação, foram recomendados a voltar mais tarde, já com a emissão da autorização de voto em mãos, para posterior votação.
Sendo assim e diante de todos esses indícios de irregularidades decidimos não reconhecer o resultado do pleito apresentado na noite de 06 de outubro, assim como exigimos das autoridades responsáveis a apuração rígida de todos esses indícios de ocorrências que transformaram o pleito democrático em um aparente mar de ilegalidades praticadas por alguns candidatos e suas campanhas.
Pautados pela nossa conduta legítima e dentro das regras do processo democrático de escolha pedimos ao povo de Votuporanga que nos ajude na reivindicação às autoridades responsáveis pelo processo, da devida transparência e verificação de todos esses indícios apontados.”