Desconhecida por muitos brasileiros, Alpine chega com a tradição de Le Mans em sua primeira participação como equipe na Fórmula 1.
Depois de cinco temporadas desde que retornou à Fórmula 1, a equipe Renault terá uma nova marca e cores diferentes em 2021. Em setembro deste ano, a escuderia anunciou que se chamará Alpine F1 Team, marca de carros esportivos do grupo francês.
O anúncio veio dois meses depois de a Renault ter confirmado o retorno do piloto espanhol Fernando Alonso, que foi bicampeão pela própria Renault, e que será companheiro do francês Esteban Ocon.
A decisão teve como objetivo promover a Alpine, que atualmente produz o modelo A110, e surgiu a partir de uma reestruturação do Grupo Renault, que é composto pelas marcas Alpine, Dacia, New Mobility e Renault. Ainda que nunca tenha participado oficialmente da principal categoria do automobilismo mundial e seja praticamente desconhecida no Brasil, a Alpine tem uma história de sucesso em outras categorias.
A marca esportiva foi fundada em 1955 pelo piloto francês Jean Rédélé. Desde o início de sua trajetória, já conquistou uma reputação no automobilismo. Após acumular vitórias como a tradicional prova de Rali de Monte Carlo, a Alpine conquistou o Campeonato Mundial de Rali (WRC) em 1973 – ano em que foi adquirida pela Renault – com o modelo A110. Ele foi o sucessor do A108, que serviu de inspiração para o Willys Interlagos, produzido no Brasil de 1961 a 1966.
Como se não bastasse o sucesso em circuitos fora-de-estrada, a Alpine conquistou cinco anos depois, em 1978, as 24 Horas de Le Mans, principal prova de endurance da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Com duração de 24 horas, a corrida é disputada anualmente no Circuito de la Sarthe, em Mans, na França. O modelo vencedor, Alpine A442B, tinha motor Renault e foi guiado pelos pilotos franceses Jean-Pierre Jaussaud e Didier Pironi.
Atualmente, a Alpine está presente desde 2013 no Mundial de Endurance, na classe LMP2. A equipe Signatech Alpine é um dos destaques da categoria e já chegou a conquistar o título mundial na temporada 2018-2019 com o brasileiro André Negrão como um dos pilotos do time. Além disso, a Alpine também participa de outras categorias menores de automobilismo.
Mesmo nunca tendo feito parte oficialmente da Fórmula 1, a Alpine participou da primeira incursão da Renault na categoria, em 1977. Na época, a equipe foi formada pelos departamentos de competição Alpine e Gordini. Nos anos seguintes, a Renault acumulou vitórias na F1, desde a primeira, em 1979, com Jean-Pierre Jabouille, até o final de 1983, com René Arnoux e Alain Prost. A equipe se retirou no final de 1985, com 15 vitórias e um vice-campeonato de construtores.
Alguns anos depois, já em 2002, a marca francesa apostou novamente em uma equipe própria, agora com mais sucesso, sagrando-se bicampeã de construtores e de pilotos em 2005 e 2006, com um carro guiado por Fernando Alonso, que conquistou os dois únicos títulos da escuderia até hoje. Após o vitorioso período, a Renault ainda abandonaria a Fórmula 1 em 2011, voltando em 2016.
Agora, ainda sob o comando de Cyril Abiteboul, que chefia a equipe atual, os carros da Alpine adotarão um esquema de cores inspirado na bandeira da França, com uma combinação de azul, branco e vermelho, ao invés do tradicional amarelo e preto da escuderia. Ainda assim, o nome Renault ainda estará presente nos motores híbridos E-Tech, desenvolvidos pela marca.
Com participação na categoria confirmada até 2025, a equipe Alpine-Renault enxerga uma possibilidade de brigar por títulos e melhores resultados com a adoção do novo regulamento, que entrará em vigor a partir de 2022. Ter dois carros andando no pelotão da frente seria uma excelente forma de divulgar a Alpine, que, após permanecer em um hiato de 22 anos sem produzir um modelo próprio, ressurgiu das cinzas em 2017 com o novo A110, um esportivo no segmento de entrada.
Com informações: Portal terra.com e projetomotor