Cinegrafista da Kiev Live TV é o primeiro jornalista morto após invasão militar da Rússia à Ucrânia, reporta organização internacional

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Carteirinha de trabalho de Evgeny Sakun, em imagem divulgada pela organização Repórteres Sem Fronteiras - Foto: Reprodução/Twitter Repórteres Sem Fronteiras

Evgeny Sakun teria sido morto no bombardeio de ontem à torre de televisão e rádio de Kiev, diz a organização Repórteres Sem Fronteiras.


A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que monitora os direitos de jornalistas ao redor do mundo, recebeu ontem a confirmação da morte de Evgeny Sakun, cinegrafista da Kiev Live TV. Segundo o post no Twitter da instituição, Sakun foi morto no bombardeio russo de ontem à torre de televisão e rádio de Kiev, na Ucrânia.

“Lamentamos sua perda e estamos investigando as circunstâncias. Ter jornalistas como alvos é um crime de guerra”, escreveu a RSF em seu comunicado na rede social.

Sakun teria sido o primeiro jornalista morto desde que começaram os conflitos na Ucrânia. No sábado, dois jornalistas dinamarqueses foram os dois primeiros jornalistas a serem gravemente feridos.

Conforme informações da Repórteres Sem Fronteiras, o repórter Stefan Weichert e o fotógrafo Emil Filtenborg Mikkelsen estavam a caminho para cobrir um jardim de infância bombardeado na cidade de Ohtyrka, no nordeste do país, quando seu carro foi alvejado e ambos sofreram ferimentos graves a bala, embora estivessem usando coletes à prova de balas.

Eles conseguiram se afastar dos agressores e estacar o fluxo de sangue das feridas enquanto esperavam por socorro, descreve a rerportagem. Baseados na Ucrânia nos últimos dois anos, os dois jornalistas estão agora em um hospital na cidade de Poltava, onde dizem que podem ouvir aviões russos e bombardeios.

“Esses dois jornalistas dinamarqueses são os primeiros a serem gravemente feridos enquanto cobriam a invasão da Ucrânia pelo exército russo e seus ferimentos a bala poderiam ter sido fatais”, disse Jeanne Cavelier, chefe do escritório da RSF na Europa Oriental e Ásia Central. “Pedimos a todos os beligerantes que se comprometam a respeitar a segurança dos jornalistas, que têm um papel essencial a desempenhar para continuar relatando a situação em campo”.

Segundo a organização, dez jornalistas foram mortos na região leste de Donbass no auge dos combates de 2014 a 2016.

*Informações/epocanegocios