Apesar das altas em carnes e café, a categoria de produtos in natura apresentou deflação no ano passado, ajudando a mitigar parte da inflação. Já a picanha, promessa de campanha do presidente Lula (PT), por exemplo, registrou alta de 19,37% no ano.
Fazer supermercado no Estado de São Paulo ficou mais caro em 2024. Os preços dos alimentos registraram uma alta acumulada de 6,02%, impulsionada pelos aumentos nas carnes e no café, segundo o Índice de Preços dos Supermercados (IPS). O indicador é calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe. Em dezembro, o índice avançou 0,75%.
As carnes bovinas registraram uma alta expressiva de 6,12% em dezembro, acumulando um aumento de 26,79% no ano. Entre os cortes com os maiores aumentos de preços em 2024, destacaram-se o acém (36,1%), o braço (34,3%), o músculo (32,6%), o patinho (31,5%) e a costela bovina (25,8%). Já a picanha, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), registrou alta de 19,37% no ano.
De acordo com a APAS, a alta nas carnes foi impulsionada pela desvalorização do real frente ao dólar, que favoreceu as exportações da proteína e restringiu a oferta no mercado interno. Além disso, o aumento da demanda doméstica durante as festas de fim de ano pressionou ainda mais os preços.
As carnes suínas acumularam um aumento expressivo de 25,31% em 2024, com alta de 2,05% em dezembro. O destaque foi o lombo com osso, que subiu 3,11%, seguido pelo pernil, que subiu 3,09% no mês. O aumento foi atribuído à forte demanda no mercado interno e externo, combinada com uma oferta restrita de animais para abate.
As aves, por sua vez, apresentaram alta de 13,30% no ano. Em dezembro, o segmento avançou 3,08%, com destaque para o peru, que subiu 5,33%, impulsionado pela demanda sazonal típica das festas de fim de ano. Já os pescados tiveram aumento de 2,19% no mês, com destaque para a corvina (6,59%) e o camarão (2,31%).
Preços do café disparam
O segmento de produtos industrializados encerrou 2024 com inflação acumulada de 5,82%. O café foi o maior responsável pela alta do segmento, com aumento de 43,31% no ano – o maior índice entre todos os itens calculados pelo IPS. Em dezembro, o café em pó registrou uma alta de 8,74%.
De acordo com a APAS, o aumento foi causado pela escassez de oferta global do grão, resultado de condições climáticas adversas no Brasil e no Vietnã, os dois maiores produtores mundiais da commodity. A baixa produção de grãos arábica e robusta foi o principal fator que pressionou os preços, impactando diretamente o consumidor final, diz a entidade.
Cereais e produtos in natura
Apesar das altas em carnes e café, a categoria de produtos in natura apresentou deflação em 2024, ajudando a mitigar parte da inflação. Em dezembro, os preços caíram 3,26%, e o acumulado no ano registrou retração de 6,37%.
Entre os cereais, o feijão apresentou queda de 0,72% em dezembro, enquanto o arroz teve leve recuo de 0,38%. Esses movimentos contribuíram para aliviar o impacto dos aumentos observados em outros segmentos, como carnes e industrializados.
*Com informações da Exame
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