Capivaras no meio da rua chamam atenção de motorista em Rio Preto

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Motorista teve o trajeto interrompido por capivaras em Rio Preto — Foto: Reprodução/Instagram

Animais são o símbolo da maior cidade do noroeste paulista. 


Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um motorista que teve o trajeto interrompido por capivaras sentadas no meio de uma rua de São José do Rio Preto/SP.

Nas imagens, que ganharam a web nesta sexta-feira (27), é possível ver que o motorista até chegou a buzinar, mas quatro animais não saíram do lugar.

“Olha que folgadas. Meu Deus do céu. Olha que vida mansa. Como sai daqui?”, questionou o motorista na gravação.

A cena que chama atenção é bastante comum para os moradores de Rio Preto. Isso porque as capivaras são consideradas símbolo da maior cidade do noroeste paulista.

Elas ocupam principalmente a região dos três lagos da Represa Municipal de Rio Preto, mas também é possível encontrá-las em locais difíceis de explicar e entender como puderam chegar.

No dia 2 de fevereiro de 2019, data em que os termômetros marcaram mais de 30ºC, uma capivara ganhou a web ao resolver ‘burlar’ o sistema de segurança de um condomínio na zona Sul da cidade para se refrescar na piscina dos condôminos.

Nas imagens, é possível ver a capivara nadando tranquilamente, sem se preocupar com nada. O mais curioso é que a região fica distante da Represa Municipal, mas próxima da rua em que foram encontradas pelo motorista na sexta-feira.

Os funcionários não fazem ideia de como ela conseguiu chegar até o local, mas acionaram o Corpo de Bombeiros, que foi ao condomínio e acabou com a “diversão” da capivara.

Após a retirada, a piscina foi dedetizada pela administração e o animal foi devolvido à natureza.

Achei que fosse lobisomem

Capivara foi encontrada dentro de banheiro por funcionária de lanchonete em Bady Bassitt — Foto: Sandra Ruffo/Arquivo Pessoal

Mas e quando você vai usar o banheiro do comércio onde trabalha e se depara com uma capivara ao lado da privada? O que você faria? A Sandra Ruffo, de 34 anos, contou que saiu correndo e gritando.

O animal apareceu no dia 14 de novembro de 2018 em uma lanchonete às margens da BR-153, em Bady Bassitt/SP, cidade a 17 quilômetros de distância de Rio Preto.

Como ela foi para lá, a Sandra não soube responder, mas disse que pensou que fosse um lobisomem, personagem folclórico.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi chamada e retirou o animal do local. Como ele estava com alguns ferimentos, precisou ser levado para um hospital veterinário, onde se recuperou totalmente até ser devolvido à natureza.

Estática

A estudante de medicina veterinária, Maria Tereza Figueiredo Arroyo Barbosa, de 22 anos, contou como conseguiu a façanha de tirar uma foto com uma capivara. A imagem foi publicada nas redes sociais e ganhou a web.

“Eu desci do carro e fui em direção ao local onde elas estavam. Como elas não estranharam nossa presença, eu resolvi me aproximar e abraçar ela, pois gosto muito de animais”, afirma a universitária.

Foto da universitária com capivara ganhou a web em Rio Preto — Foto: Arquivo Pessoal

Para a surpresa dela, a capivara não se mexeu e aceitou o abraço carinhoso. As amigas pegaram o celular e registraram o momento curioso.

“Ela ficou estática. Na época, deu uma repercussão muito grande porque uma página de humor compartilhou. As opiniões ficaram divididas, mas percebi que muitas pessoas tinham a vontade de fazer a mesma coisa”, brinca.

Capivara

Capivara curte visual na Represa Municipal de Rio Preto — Foto: Renato Pavarino/G1

De acordo com médico veterinário, Halim Atique, a capivara é um mamífero roedor da família ‘Caviidae’ e subfamília ‘Hydrochoerinae’. O habitat natural da espécie costuma ser próximo de alagados, rios, represas e lagos.

“Elas possuem uma dieta vegetariana e se alimentam de gramíneas, algumas leguminosas e frutas”, afirma o veterinário.

Para ele, o ser humano deve permanecer longe das capivaras, já que quando acuadas costumam ter um comportamento agressivo. Um dos maiores perigos é ser mordido pelo animal.

“Elas possuem dentes extremamente afiados. Portanto, tomar uma mordida pode ser um problema porque vai cortar igual uma navalha”, diz Halim.

Outro ponto que precisa ser discutido, de acordo com o médico veterinário, é a questão da febre maculosa, que pode ser transmitida pelo carrapato estrela.

Pensando nisso, a prefeitura instalou 20 placas nos lagos 2 e 3 da Represa Municipal em 2018, locais mais próximos à vegetação, onde se concentram os carrapatos que podem transmitir a doença.

“Para o carrapato se reproduzir, ele costuma ir em locais onde as capivaras costumam ficar. Se a pessoa estiver próxima, pode ser picada”, afirma o veterinário.