Caçula da Série B de 2023, Leão aposta na continuidade dos trabalhos e teve apenas seis treinadores desde 2010.
O mundo era bem diferente na última vez em que o Mirassol demitiu um treinador. Só para se ter uma ideia, a seleção brasileira era comandada por Dunga e sonhava com o hexa na Copa do Mundo da África do Sul e Neymar estava apenas no seu segundo ano como jogador de futebol profissional. Fora do mundo da bola, praticamente ninguém sabia o que era WhatsApp. O Instagram, então, sequer existia.
Mas afinal, quando isso aconteceu? Foi em março de 2010, quando Pintado não resistiu ao mau início da equipe no Campeonato Paulista e acabou desligado do cargo. De lá para cá, o Leão teve seis treinadores e nenhum deles teve de passar pelo desagradável processo da demissão.
Pode parecer quase impossível em um país onde os técnicos duram, em média, cinco meses no cargo. Mas para o atual campeão da Série C – e que fará sua estreia na Série B do ano que vem credenciado também pelo título da quarta divisão do Campeonato Brasileiro em 2020 -, a continuidade do trabalho é palavra de ordem.
“Nós temos por norma sempre prestigiar os nossos técnicos. Inclusive, já tivemos situação de rebaixamento em que nós mantivemos o nosso técnico até o fim do campeonato. É muito cômodo para uma diretoria jogar a responsabilidade numa cabeça só, no técnico, e achamos isso uma covardia”, explica o presidente do Mirassol, Edson Ermenegildo.
No mesmo período, o Corinthians, por exemplo demitiu nove treinadores, ao passo que Palmeiras e Santos desligaram 14 cada. O São Paulo, por sua vez, mandou embora 17 técnicos.
No caso do Mirassol, quem se despediu ou saiu ao final do contrato ou deixou o clube porque recebeu uma proposta para comandar outra equipe. É o caso de Eduardo Baptista, que após o título da Série D e duas boas campanhas no Campeonato Paulista, acertou com o Juventude no primeiro semestre deste ano.
Para quem está na função, a filosofia do clube é garantia de mais segurança para trabalhar.
“Dá a tranquilidade de você saber que nem tudo precisa ser feito só pelo resultado. Você pode ajudar a instituição a se desenvolver e pode se desenvolver. É a tranquilidade de saber que o olhar tem uma visão mais global”, afirma o técnico Ricardo Catalá, que está em sua segunda passagem pelo Leão desde 2020 e conduziu a equipe à mais recente conquista.
Relembre quem foram os técnicos do Mirassol desde 2010: Ivan Baitello (2011 a 2013), Luiz Carlos Martins (2014), Evaristo Piza (2015), Moisés Egert (2016 a 2019), Ricardo Catalá (2019 a 2020 e 2022) e Eduardo Baptista (2020 a 2022).
*Com informações do ge