Campanha da Fraternidade 2022 pede ‘mais investimentos significativos de todos os setores’ na educação

435
Foto: Reprodução

Tema deste ano é ‘Fraternidade e Educação’. Presidente da CNBB, Dom Wamor Oliveira de Azevedo, cobrou valorização do ensino de governantes, empreendedores e instituições.


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança oficialmente, nesta quarta-feira (2.mar), a Campanha da Fraternidade de 2022, com o tema “Fraternidade e Educação” e o lema bíblico “Fala com sabedoria, ensina com amor”.

“Educação é pilar da paz e por isso precisa receber sempre mais investimento significativos de governantes, empreendedores, instituições, todos os setores”, declara Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB.

A campanha busca incentivar a visão da educação integral, considerando os aspectos emocionais, espirituais, cognitivos e físicos dos estudantes. “É preciso perceber que ser humano além de inserção no mercado de trabalho, para que o processo educacional não forme apenas máquinas racionais para inserção no mercado”, afirma o secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado.

Sobre a vacinação de crianças contra Covid-19, Dom Joel afirmou que não pode vincular a vacina apenas à necessidade de frequentar a escola. “Vacinação é um dever e um direito e precisa ser feita. Estamos diante do desafio de salvar vidas”, afirma.

Campanha da fraternidade

A campanha da fraternidade é tradicionalmente realizada pela Igreja Católica em parceria com instituições cristãs desde a década de 1960. O texto-base é escrito por membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e passa pelo aval da direção-geral da CNBB.

A confederação representa os bispos do país, e funciona como uma espécie de entidade de classe. A adesão à campanha não é obrigatória e depende de cada diocese.

O lançamento do tema ocorre sempre na quarta-feira de cinzas, quando tem início a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. O assunto é difundido nas celebrações e programações da comunidade religiosa.

Papa Francisco celebra missa para marcar o Dia Mundial da Paz na Basílica de São Pedro no Vaticano neste sábado (1º) — Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters

Segundo a CNBB, mais do que abordar os problemas na educação, o objetivo da Campanha da Fraternidade 2022 é “refletir sobre os fundamentos do ato de educar na perspectiva católico-cristã”.

“Nessa perspectiva, a educação é compreendida não apenas com um ato escolar, com transmissão de conteúdo ou preparação técnica para o mundo do trabalho, mas de um processo que envolve uma ‘comunidade’ ampliada que inclui todos os atores (família, Igreja, Estado e sociedade)”, diz a CNBB.

A campanha atende ainda ao Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco, onde foram apresentados os elementos para uma educação humanizada, que contribua na formação de “pessoas abertas, integradas e interligadas”.

“A educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também em difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza”, diz o Pacto Educativo Global.
Ucrânia
No mesmo dia em que Igreja Católica lança sua principal campanha anual,  papa Francisco também voltou a fazer, durante sua audiência geral no Vaticano, nesta quarta-feira, um apelo em defesa da paz na Ucrânia, que há uma semana é alvo de uma invasão militar russa. Em sua Homilia, o pontífice lembrou o início da Quaresma e disse que as “orações e o jejum” dos católicos serão uma “súplica de paz” para a Ucrânia. Além disso, agradeceu a um padre ucraniano que faz a leitura da catequese em polonês na audiência geral.
“Seus pais estão nos abrigos embaixo da terra para se proteger das bombas em um lugar próximo a Kiev, e ele continua a cumprir seu dever aqui conosco. Estando ao seu lado, estaremos ao lado de todas as pessoas que sofrem com os bombardeios. Levemos no coração a lembrança desse povo”, disse o papa.
Francisco também elogiou a Polônia por receber refugiados ucranianos. “Vocês estão oferecendo generosamente tudo o que é necessário para que eles possam viver dignamente, apesar da dramaticidade do momento”, ressaltou.
*Informações/g1