Câmara aprova denominação da Avenida Coronel Felício José de Carvalho 

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Mehde Meidão, autor do projeto de lei, apresentou objetos que pertenciam ao Coronel Felício José de Carvalho - Foto: Reprodução

Via da Vila Carvalho levará o nome de um pioneiro da região de Votuporanga/SP que doou a área para criação do bairro, na década de 1920. Projeto de Lei foi proposto pelo vereador Mehde Meidão (UB) e aprovado por unanimidade.


A 20ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, desta segunda-feira (6.jun), votou e aprovou diversos projetos, além da ampla discussão em torno da confusão registrada no Mini-Hospital “Fortunata Germana Pozzobon”, na zona norte da cidade, horas antes do início da reunião legislativa. O assunto foi noticiado pelo Diário.

Contudo, entre os projetos apreciados pelos parlamentares, um Projeto de Lei de autoria do vereador Mehde Meidão (UB), e aprovado por unanimidade, denominou a atual Avenida Marginal A, localizada no Loteamento Vila Carvalho I, como Avenida Coronel Felício José de Carvalho.

O homenageado, Coronel Carvalho, é um pioneiro da região e doador dos 15 alqueires de terra na área onde hoje é conhecida como Vila Carvalho. 

O projeto trouxe resgatou um personagem de contexto histórico no município, sendo apresentado no Plenário Dr. Octavio Viscardi objetos de sua época, assim, como uma espada e uma arma que lhe pertenciam. 

Coronel Felício José de Carvalho 

A criação da Vila Carvalho, como a conhecemos, se iniciou em 1920, quando o Sírio Hassen Hajar Suleiman, naturalizado brasileiro como Felício José de Carvalho, chegou na região, vindo de Barretos/SP.  

O Coronel Felício José de Carvalho que emprestou seu nome à vila – que antecede a fundação de Votuporanga – mas, que pertence ao município. Era advogado e foi membro da Guarda Nacional, sendo que, o título de Coronel que ostentava, não era apenas designação pela posição que ocupava [fato comum na sociedade, à época], Felício possuía de fato patente militar, assinada pelo Marechal Hermes da Fonseca. 

Segundo relatos, no ano de 1800 o local já era habitado, mas, somente recebeu o nome de Vila Carvalho depois que as terras foram compradas por Felício José de Carvalho, que tinha a intenção de fundar uma cidade. Ao se mudar para Vila Carvalho, José Felício Carvalho construiu uma igreja, montou um coreto e doou oito alqueires de terra para o Bispado de Rio Claro. Logo ao lado da capela ainda existe um cruzeiro datado de 1925.  

Ainda na vila, Felício montou uma pousada para receber os andantes, em sua maioria boiadeiros e viajantes que transitavam pela antiga Estrada Boiadeira, pois, ainda não existia a ferrovia, sendo essa estrada o acesso mais rápido de Barretos até o Rio Paraná. Segundo seu filho Abdo Carin Carvalho, por ali passavam boiadas vindas dos Estados de Goiás e Mato Grosso para o frigorífico de Barretos. 

Vários habitantes que ali residem contam histórias da época de seus pais ou avós, relatando que o local era frequentado por peões, índios e viajantes, quase sempre armados, por estarem muitas vezes passando pela região.  

O Coronel Carvalho também conquistou para a vila um posto de policiamento para evitar a violência que se instalava no local. Tal atitude, segundo relatos de seu filho, foi um dos motivos pelo qual ele fora assassinado no ano de 1929, sendo que, seu corpo foi enterrado no cemitério daquela vila. Após esse fato, toda a família do Coronel Carvalho se mudou e as terras foram ocupadas por outros moradores. 

Em razão da decadência da Estrada Boiadeira que foi substituída pelo transporte ferroviário e pelos comboios de caminhões de grade, o povoado deu lugar a Votuporanga. Entretanto, no ano de 1937 a Vila Carvalho era mais povoada que a nova cidade. Para regularizar os imóveis existentes naquela vila, várias ações foram realizadas pelo Poder Público, onde recentemente foi concedido aos moradores suas respectivas escrituras. 

Hoje o local também está sendo dotado de obras de infraestrutura para dar melhor qualidade de vida aos seus moradores. Por ser um pioneiro histórico da cidade o projeto foi apresentado objetivando assim, que sua memória seja preservada junto as presentes e futuras gerações.