Para manter a qualidade de vida, os animais precisam de alimentação específica, ambiente seguro e visitas regulares ao veterinário, a fim de prevenir e tratar doenças.
Cada fase da vida requer cuidados específicos com a saúde para manter o bem-estar e a qualidade de vida. Com os animais de estimação não é diferente. Quando se tornam idosos, os pets sofrem uma série de alterações naturais no organismo e é comum que isso impacte a rotina dos mesmos. Por isso, os tutores devem ficar atentos às necessidades especiais da idade em relação à alimentação, atividade física e outros aspectos.
A médica veterinária Lilian Messias Pereira, de Sorocaba/SP, explica que os cães e os gatos são considerados idosos a partir dos 7 e dos 10 anos, respectivamente. No entanto, o porte dos cachorros pode influenciar nessa média devido à expectativa de vida.
Com a senilidade, o organismo dos animais passa por mudanças e eles tendem a perder peso e massa muscular. Também são comuns alterações articulares, o que pode causar dor e dificuldade para locomoção, e a redução das capacidades visual, auditiva e olfatória.
Segundo a veterinária, nessa fase, podem surgir algumas doenças crônicas em relação aos sistemas cardíaco, urinário, renal e hepático, principalmente. Além disso, pode-se notar menor disposição para realizar atividades corriqueiras.
“Por tudo isso, é importante respeitar os locais que o animal está acostumado a comer, dormir e fazer as necessidades”, afirma Lilian.
A visita ao veterinário para a realização exames, a cada 6 meses, é muito indicada para a prevenção ou tratamento dessas doenças, contribuindo para uma maior longevidade do animal. Os pets também precisam seguir com o cronograma de vacinas indicadas para a espécie, essenciais em todas as fases da vida.
Alimentação, higiene e brincadeiras
Os pets idosos têm necessidades nutricionais específicas e devem ser alimentados com rações voltadas para a faixa “sênior”. No entanto, a avaliação de um profissional é importante na hora de escolher o produto, como explica a veterinária.
“Na existência de alguma doença crônica, o veterinário de confiança irá orientar a respeito da necessidade de alteração na dieta para determinada necessidade especial. Na existência de alterações dentárias, pode ser necessário incluir alimentos úmidos ou pastosos na dieta do pet”, explica.
Os animais também podem apresentar um apetite mais seletivo. “É importante estimular a alimentação e observar se ele está comendo o necessário.”
Já a higiene dos animais idosos requer maior atenção na área bucal. Ainda segundo a profissional, é muito comum que, nessa fase, os pets apresentem acúmulo de tártaro nos dentes, o que aumenta a predisposição a outros problemas. Além disso, é importante manter ouvidos, olhos e áreas genitais limpas e tosadas para evitar acúmulo de sujeiras e, consequentemente, alterações na pele do animal.
Em relação à atividade física, aos passeios e às brincadeiras, Lilian orienta que o ritmo deve respeitar a tolerância do animal:
“Caminhadas leves, em horários frescos, e brincadeiras que não gerem impacto ou esforço excessivo. É importante investir em brincadeiras que estimulem a cognição do animal, como buscar bolinha ou alimento pela casa, variar o local de passeios, interação com outros animais.”
Espaço físico
O ambiente onde o pet idoso vive é outro ponto a ser observado. Isso porque deve-se evitar temperaturas extremas – muito frio ou muito calor – e pisos escorregadios.
Outra dica da veterinária é disponibilizar mais bebedouros pela casa, colocar o comedouro com ração em local de fácil acesso pelo pet e na altura adequada. Já mudar os móveis de lugar não é uma boa ideia, principalmente para os animais que apresentam dificuldade para enxergar.
“É importante entender que alguns hábitos vão se alterar, o animal pode trocar horas de sono, ter dificuldade para subir ou descer escadas. É necessário muito carinho e paciência, pois o pet também pode apresentar momentos de confusão, incluindo fazer as necessidades em locais errados”, diz a especialista.
A diarista Terezinha de Oliveira, tutora de Nizia, conta que toma cuidados para evitar que a cachorrinha se machuque. A Yorkshire tem 15 anos de idade, toma medicações para problemas de saúde, já passou por diversas cirurgias – entre elas, uma para o tratamento de um câncer – e perdeu a visão há dois anos.
“Antes, ela passeava bastante. Gostava de andar de carro e ir olhando tudo, mas perdeu a visão há 2 anos. Depois disso, não mudei nada no ambiente, somente tiro objetos para deixar o caminho livre para ela passar. A caminha e o espaço para fazer as necessidades continuam no mesmo lugar”, conta Terezinha.
Abandono de animais idosos
A senilidade é a fase em que os animais mais precisam de cuidados e, por esse motivo, muitos acabam sendo abandonados. “É importante conscientizar-se que se trata de um processo natural, e que muitos problemas podem ser prevenidos com o acompanhamento regular veterinário, além de que todo o animal merece ser respeitado, independentemente de sua idade ou raça”, afirma Lilian.
A quem está disposto a adotar um cão ou gato idosos, esses pets têm muito a oferece, como ressalta a veterinária:
“Animais idosos costumam ser mais calmos e causam menos problemas relacionados ao ‘mau’ comportamento. Eles possuem capacidade de aprendizado e adaptação, o amor oferecido é o mesmo que dos filhotes, brincam e interagem. O porte e temperamento é conhecido e estabelecido já no momento da adoção.”
*Com informações do MundoPet/G1