Bolsonaro diz que deve voltar ao Brasil em março, mas fala de risco de prisão  

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O ex-presidente Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos desde dezembro, deu entrevista ao jornal The Wall Street Journal — Foto: Octavio Jones/ The Wall Street Journal

Ex-presidente da República segue nos Estados Unidos, hospedado na casa de um amigo na Flórida. Estadia já custou pelo menos R$ R$ 950 mil ao governo federal. 


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista ao “The Wall Street Journal” que ele deverá retornar ao Brasil em março deste ano. Bolsonaro citou que há risco dele ser preso ao chegar ao país.

“Uma ordem de prisão pode aparecer do nada”, afirmou Bolsonaro na entrevista. O ex-presidente cita a prisão de Michel Temer em março de 2019, três meses após deixar o mandato. Temer foi preso preventivamente devido a denúncias de corrupção nas obras de Angra 3. O ex-presidente nega irregularidades.

Bolsonaro afirmou que apesar de querer voltar ao Brasil até março, não tem data definida para a volta. Durante a entrevista, o ex-presidente comentou a visita do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aos Estados Unidos e a reunião com o presidente Joe Biden. 

“Lula só veio aqui para estar nos holofotes”, criticou Bolsonaro. Na entrevista, ele fala da derrota nas eleições de 2022. “Perder faz parte do processo eleitoral”, afirmou, mas citou que “o movimento de direita não está morto”.

Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o fim de dezembro de 2022. O ex-presidente está na casa de amigos em Orlando, Flórida. Bolsonaro não passou a faixa presidencial para Lula e segue fazendo palestras e eventos públicos na região para brasileiros apoiadores nos Estados Unidos.

Estadia nos EUA já custa pelo menos R$ 950 mil ao governo federal

A viagem de Bolsonaro aos EUA já custou pelo menos R$ 950 mil ao governo federal. O levantamento é da Folha de S. Paulo a partir de dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI). 

Bolsonaro viajou para Orlando no dia 28 de dezembro do ano passado, quando estava prestes a deixar o cargo de presidente. 

Segundo a reportagem, entre os dias 28 e 31 de dezembro, Bolsonaro custou R$ 667,5 mil. Os gastos foram com diárias, hospedagens, aluguel de veículos e intérpretes. Acontece que, mesmo depois de deixar a Presidência, ex-presidentes ainda podem ter seis assessores e dois carros com motorista. 

Por isso, neste ano, já foram gastos R$ 271 mil com diárias de assessores que ficam com Bolsonaro. Os funcionários recebem essas diárias, além dos salários, pois estão fora de casa, no caso em Orlando.

*Com informações da CNN Brasil