
Termômetros devem oscilar entre 23ºC e 37ºC até a próxima sexta-feira (14). A Defesa Civil de SP recomenda que a população se mantenha hidratada, bebendo água regularmente.
Jorge Honorio
jorgehonoriojornalista@gmail.com
Após 15 dias de uma reportagem do Diário denunciar medidas desesperadas de professores e educadores que buscando amenizar o calor intenso passaram a levar ventiladores de casa para as escolas municipais de Votuporanga/SP, a situação ainda não foi resolvida pela Secretaria da Educação e Prefeitura.
O problema crônico envolvendo os equipamentos de ar-condicionado desencadeou uma avalanche de reclamações nas redes sociais por parte de pais e responsáveis, e até o ensaio de um protesto. O caso esquentou e desembocou na Câmara Municipal. Na sessão ordinária da segunda-feira (17.fev), durante os protestos de profissionais da educação na Casa de Leis, uma professora classificou a questão dos aparelhos de ar-condicionado como ‘sucateamento’.
Em seguida, na segunda-feira (24.fev), uma força-tarefa foi anunciada pela Prefeitura, no CEM “Profª Anita Liévana Camargo”, no bairro Jardim Bom Clima, com promessa de reforço nas equipes, para resolução imediata da manutenção de cerca de 490 aparelhos de ar-condicionado distribuídos em 32 escolas municipais de educação infantil e ensino fundamental. A rede é responsável por atender 8.031 alunos.
Na oportunidade, a Prefeitura explicou que a empresa, contratada desde outubro de 2024, está operando com cinco equipes espalhadas por diversas unidades escolares. Segundo o diagnóstico inicial, do total dos equipamentos instalados nas escolas, apenas 8% apresentam necessidades de substituição, o restante receberá os serviços de limpeza e manutenção preventiva.
Contudo, a situação ganhou contornos contraditórios no dia seguinte ao anúncio realizado pela Prefeitura, quando o vereador Cabo Renato Abdala (PRD) esteve na unidade escolar e divulgou um vídeo alertando que dos 20 equipamentos vistoriados, 15 não estavam funcionando, além de outras irregularidades, como por exemplo, a água dos bebedouros estar quente.
A reação veio em seguida, também em vídeo, quando o secretário da Educação, Marcelo Batista, afirmou que o problema foi em decorrência de um problema no transformador que fornece energia elétrica para a unidade, porém, que já estava sendo sanado.
No entanto, nesta segunda-feira (10.mar), uma apuração da reportagem em duas escolas municipais constatou que o problema persiste, inclusive, uma publicação da vereadora Débora Romani (PL), após uma visita ao Centro de Educação Municipal ‘Prof. Valdir Gonçalves de Lima’, no bairro Residencial Bortoloti, abordou o assunto: “Eu gostei muito do eu vi, uma escola muito boa. As crianças com muita disciplina. Aqui, os pais, quando vêm alguma necessidade da escola, um é marceneiro o outro é eletricista, eles vêm e arrumam. Vi também uma cozinha muito bem-organizada, limpa, com alimentação saudável. Mas, também vi um problema que não é só dessa escola, os pombos. Nós precisamos dar um jeito nessa situação. Porque não podemos matar os pombos, mas os pombos trazem doenças e que podem matar. E vi o problema dos ar-condicionado que precisam ser arrumados. Hoje ainda está um dia fresco, eu entrei numa sala de aula, com todos os alunos lá dentro e só com um ventilador, é impossível. Também não é somente essa escola que está com problema, mas temos a falta dos técnicos para acompanhar crianças com necessidades especiais. Precisa resolver isso o mais urgente possível.”
A ‘crise dos ar-condicionado’ nas escolas municipais de Votuporanga, conforme noticiado pelo Diário, não é de agora e chegou a ser tema de uma representação de vereadores junto Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), em setembro do ano passado, porém, não há manifestação de prazo para resolução do problema por parte da Prefeitura ou da Secretaria Municipal da Educação.
Frente fria ‘fake’ pode amenizar o calor
Enquanto os profissionais da educação seguem carregando os ventiladores para amenizar o sofrimento próprio e suas salas de aula, uma frente fria se aproxima do sudeste brasileiro, porém, no costumeiramente quente noroeste paulista não terá grandes efeitos. Por isso, a frente fria ‘fake’ deve manter os termômetros oscilando entre 23ºC e 37ºC até a próxima sexta-feira (14), de acordo com a Climatempo. No período também são esperadas pancadas de vento e chuva, principalmente ao entardecer.
A Defesa Civil do Estado de São Paulo recomenda que a população se mantenha hidratada, bebendo água regularmente. Também é importante evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes do dia e ter cuidados especiais com crianças e idosos.