Adolescente suspeito de matar criança com bomba vai responder por ato infracional análogo a homicídio em Barretos

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Momentos antes de explosão que feriu e matou menina em Barretos, câmera registra adolescente jogando objeto em casa — Foto: Reprodução/Câmera de segurança

Segundo delegada, o menino sabia que na casa onde Aylla Manuella, de 4 anos, estava havia outras pessoas. O pai da vítima disse que pediu para grupo não jogar explosivos na rua, mas adolescentes ignoraram e foram mal-educados com ele.


A delegada Juliana da Silva Paiva, do 3º Distrito Policial de Barretos/SP, disse nesta segunda-feira (27) que o adolescente que aparece nas imagens arremessando o explosivo que matou a menina Aylla Manuella Ribeiro da Piedade, de 4 anos, foi indiciado por ato infracional análogo a crime de homicídio.

Segundo ela, a mãe do garoto se comprometeu a apresentá-lo na delegacia até sexta-feira (31), acompanhada de advogados. No inquérito policial entregue ao Ministério Público, a delegada pediu a internação provisória do adolescente.

A delegada também afirmou que o adolescente sabia que dentro da casa de Aylla havia três pessoas e, mesmo assim, assumiu o risco de continuar arremessando as bombas.

No depoimento do padrasto de Aylla à polícia, ele contou que pediu para que o adolescente parasse de atirar explosivos e o rapaz teria se negado e ainda respondido de forma mal-educada.

“O pai agarrou a criança, levou lá fora e mostrou para o menor infrator o que tinha ocorrido e levou a criança para o hospital. A gente conseguiu observar que a bomba foi arremessada na direção da casa. Logo depois, a gente viu que as crianças perceberam que fizeram errado. Não dá para falar que elas estavam apenas brincando de jogar a bomba sem direção específica”, disse a delegada.

Adolescente está escondido

O adolescente responsável pelo crime não tinha passagem pela polícia. Ainda segundo a delegada, ele está escondido por medo de represálias e linchamento.

De acordo com o boletim de ocorrência, após a morte da menina, um grupo de 30 moradores incendiou a casa do suspeito, localizada no Jardim Oriente, por volta das 5h30 do domingo.

O imóvel, ainda de acordo com o registro policial, teve danos de grande proporção, mas não há informações de feridos.

A polícia investiga se há relação entre o ataque e a morte da criança.

Menina foi atingida no peito e na nuca

Aylla morreu neste domingo (26), depois de ser atingida por um explosivo no final da tarde do sábado (25), na residência da família, na Avenida Amador Alves de Queiroz, na Vila Gomes, em Barretos.

Segundo a polícia, a bomba atingiu a nuca e o peito da menina e ela foi encaminhada para a Santa Casa da cidade, onde chegou a ser internada, mas não resistiu.

A família de Aylla deixou Barretos e voltou para a cidade natal, Primavera/PA, onde a menina foi sepultada nesta segunda-feira.

*Informações/g1