Acusados de assassinato são condenados a 15 e 20 anos de prisão 

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Acusados de assassinato são condenados a 15 e 20 anos de prisão - Foto: Reprodução

Execução a tiros no bairro Jardim das Palmeiras, em 2019, teria ligação com a denominada “Guerra do Tráfico”; vítima também teria ligação e foi morta no conflito por território em Votuporanga/SP.


O Tribunal do Júri Popular de Votuporanga/SP condenou na última sexta-feira (28.jun) dois envolvidos com a onda de assassinatos denominada como “Guerra do Tráfico”. Um dos réus pegou 20 anos de prisão em regime fechado. O segundo foi sentenciado a 15 anos também em regime fechado. Ambos já estavam presos pelo assassinato de um suposto rival, dono de um bar e espetinho no bairro Jardim das Palmeiras, em 2019. 

Em depoimento no Tribunal do Júri, Matheus Henrique Freitas da Silva, apelidado de “Cachorrão”, e Alisson Bernardes de Souza, negaram tanto envolvimento com o tráfico quanto com a morte da vítima, Erik Fernando da Silva – “Chicá”, que foi executada com dois tiros de pistola 9mm na cabeça e um nas costas, em 5 de setembro de 2019, por conflito na disputa por território do tráfico, segundo a acusação do Ministério Público (MP).

A condenação foi com base na acusação do MP, representado pelo promotor, José Vieira da Costa Neto, após investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O trabalho da Polícia Civil colheu depoimentos de testemunhas do crime, bem como desmontou aquele esquema do crime organizado em Votuporanga. 

Na defesa, os advogados Cleber Costa Soares dos Santos e Gilberto Nascimento, sustentaram a inocência dos réus pela ausência de provas e vão recorrer da pena aplicada aos réus. 

Réus negam envolvimento 

O condutor da moto que levou o assassino até o local da execução da vítima alegou ter sido ameaçado e obrigado, pois trabalhava como mototaxista, sendo obrigado a fazer a corrida sob ameaça de arma de fogo. O homem que ele acusou não era o segundo réu e sim um outro criminoso, morto na disputa de lideranças. 

Já o acusado de executar “Chicá” se defendeu sustentando ser trabalhador e, na data do crime, morar e trabalhar em São José do Rio Preto/SP, sem qualquer vínculo com a vítima e sequer com o crime. 

Promotor elogia polícia e lamenta a degradação social 

Durante a sessão do júri, o promotor de justiça José Vieira da Costa Neto reconheceu o trabalho de combate ao tráfico e ao crime organizado pelas polícias Civil e Militar de Votuporanga. Ele apontou como exemplo o trabalho da DIG na investigação que desarticulou uma célula dos líderes criminosos responsáveis pela onda de violência e mortes entre facções rivais de 2019 a 2023. “Só parou porque a maioria foi presa”, disse. 

Na oportunidade, o promotor ainda lamentou a propagação das drogas entre adolescentes e jovens, bem como o caos social atualmente vivenciado na comunidade pela negligência familiar e inversão de valores morais. Ele também lamentou o acovardamento, individualismo e propagação do mal pelas pessoas, inclusive nas redes sociais, com a circulação de conteúdo ‘lixo’ que é disseminado e ‘curtido’. “É como se o mal tivesse perdido a vergonha”, disse. 

*Com informações do Votuporanga Tudo