Este sábado, 12 de novembro é o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita.
Trezentas mil pessoas têm morte súbita no Brasil por ano como consequência de doenças no coração. Uma delas e a principal causa é a arritmia cardíaca. Para chamar a atenção da população, 12 de novembro foi instituído oficialmente como o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita.
A data ganha ainda mais importância porque as pessoas podem se prevenir contra as arritmias, como ressalta o cardiologista e eletrofisiologista Adalberto Menezes Lorga Filho, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de Rio Preto.
“Muitas são adquiridas com o tempo e secundárias ou facilitadas por doenças pré-existentes como hipertensão arterial, diabetes, infartos etc. A maioria das medidas sabidamente saudáveis para manutenção de uma vida regrada previne ou reduz os riscos de ocorrência de arritmias e, consequentemente, a morte súbita”, afirma Dr. Lorga Filho, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), que promove ações para conscientizar sobre a doença desde 2007.
Já para as pessoas que nascem com doenças genéticas que provocam arritmias e morte súbita, o cardiologista do IMC enfatiza que o diagnóstico deve ser feito o quanto antes. “Presença de familiares de primeiro grau com morte súbita antes dos 35 anos e ocorrências de desmaio, principalmente relacionado à atividade física, são alertas para investigação e prevenção nestes pacientes”, afirma o médico.
A arritmia é um termo genérico e abrangente que engloba qualquer tipo de variação anormal do ritmo cardíaco. Algumas delas são tão frequentes a ponto de acometer uma em cada quatro pessoas ao longo da vida. Ela pode ser secundária a problemas cardíacos prévios como infarto, insuficiência cardíaca e doenças congênitas cardíacas. Também pode ser decorrente de alterações elétricas primárias do coração, algumas vezes de origens genéticas e outras que não apresentam causas especificas, sendo chamadas de idiopáticas.
Basicamente, há dois tipos: as bradiarritmias, que provocam o alentecimento dos batimentos cardíacos, e as taquiarritmias, que aceleram os batimentos cardíacos de forma anormal.
“O quadro clínico das arritmias pode variar muito, desde formas assintomáticas até causarem morte súbita como sua primeira manifestação. Normalmente os sintomas mais frequentes relacionados às arritmias são palpitações, cansaço, tonturas, ameaça de desmaios e desmaios, os quais apresentam maior gravidade”, explica o cardiologista do IMC.
Dr. Lorga Filho orienta a pessoa que apresentar sintomas de arritmia cardíacaa procurar imediatamente o cardiologista, que fará uma avaliação clínica detalhada e confirmada com exames, entre os quais, o principal é o eletrocardiograma. Entretanto, exames como holter, teste de esforço e até mais invasivos, como o estudo eletrofisiológico, contribuem muito para o diagnóstico. Nos pacientes assintomáticos, as arritmias podem ser diagnosticadas nas avaliações e exames de rotina e com métodos diagnósticos de longa duração como o gravador de eventos implantáveis, que monitora o ritmo cardíaco por períodos de até três anos, gravando a ocorrência de arritmias graves.
“No IMC, contamos com uma equipe multiprofissional especializada no diagnóstico e tratamento das arritmias cardíacas. O tratamento pode variar muito, podendo envolver remédios, mudanças de hábitos de vida, ablação por cateter, marcapassos, desfibriladores etc”, diz o cardiologista. A ablação é indicada, segundo ele, para algumas arritmias que aceleram o coração e consiste em um mapeamento elétrico do coração realizado por cateteres que são introduzidos pelas veias e permitem a identificação e eliminação do circuito ou foco da arritmia), implante de dispositivos como marcapasso (nos casos de coração muito lento) e desfibrilador (para prevenção de morte súbita em pacientes com alto risco de arritmias malignas).