Bolsonaristas radicais de Votuporanga, Thiago de Assis Mathar e Kingo Takahashi, permanecem presos. Alexandre de Moraes já analisou 200 casos.
Bolsonaristas radicais do noroeste paulista que foram presos em Brasília/DF por conta dos ataques violentos no último domingo (8.jan), terão pedidos de soltura analisados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
As audiências de custódia, em curso, têm por objetivo ouvir os detidos sem análise de pedidos feitos por advogados. São quase 1,4 mil extremistas presos no total; a maioria estava em um acampamento em Brasília.
Pelo menos 12 nomes, de Votuporanga/SP e região, foram identificados pelo Diário na lista de presos.
Dois são de Votuporanga: Thiago de Assis Mathar e Kingo Takahashi. O comerciante Takahashi registrou o momento da invasão de prédios públicos na Praça dos Três Poderes.
Quatro moram em São José do Rio Preto/SP: Antonio Cardoso Pereira Júnior, Lucenir Bernardes da Silva, Lucienne Serafim Nogueira Gois e Stela Maria Atanazio.
Outros quatro bolsonaristas detidos e levados para presídio do Distrito Federal são de Mirassol/SP: Rafael Antonio Ribeiro Meloze, Ray Aparecido Travassos, Gustavo Barco Ravenna e Luciano dos Santos Rossi.
Ainda há uma extremista de Cedral/SP na lista de presos, Adriele Cristina Trigo, e um de Fernandópolis/SP, Jair Domingues de Morais.
A mobilização de milhares de bolsonaristas extremistas, que defendiam intervenção militar, foi registrada em redes sociais por parte dos invasores. Kingo, que foi para Brasília em um ônibus no sábado (7), postou fotos e vídeos nos quais dizia que estava dentro do Congresso. Ele também foi para o Palácio do Planalto, conforme consta em seu depoimento, o qual a reportagem teve acesso. O comerciante disse que “não quebrou” nada, mas foi preso dentro do Palácio.
As prisões foram determinadas na noite de domingo, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Na última segunda-feira (16), a Justiça Federal do Distrito Federal divulgou que as prisões foram realizadas nos dias 8 e 9 de janeiro, sendo que 1.418 pessoas foram presas em flagrante, qualificadas e ouvidas pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Distrito Federal.
“Dessas, 222 foram presas na Praça dos Três Poderes e 1.196 no acampamento em frente ao Quartel General do Exército em Brasília/DF”, afirma o comunicado da Justiça Federal.
Já o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou que até esta segunda-feira haviam sido realizadas 1,2 mil audiências.
Ao longo de terça-feira (17), 140 prisões em flagrante foram convertidas em preventivas. Nos outros 60 casos, o ministro considerou que não foram juntadas provas das práticas de violência e vandalismo. Assim, decretou liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares, como o uso de tornozeleiras.
Ao todo, 1.459 atas de audiências de custódia realizadas de 13 a 17 de janeiro serão analisadas pelo ministro, ou seja, 1.259 ainda aguardam análise. A previsão de conclusão da análise de todos os casos é na sexta-feira (20).
Nos casos já analisados, Moraes relatou os crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
As audiências de custódia foram realizadas de 13 a 17 de janeiro pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e por juízes do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Todos os casos serão analisados pelo STF, que está responsável por decidir quem segue preso e quem eventualmente pode responder em liberdade e as decisões serão enviadas a direção do presídio da Papuda e à PF (Polícia Federal) para que sejam cumpridas.