Com tornozeleira “sem comunicação” há mais de um mês, Kingo Takahasi, condenado a 17 anos de prisão, agora aparece na lista de extremistas encrencados na Justiça que tem paradeiro desconhecido.
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 17 anos de prisão pela invasão e quebradeira de prédios públicos, ocorridos no início de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília/DF, no episódio conhecido como ‘atos antidemocráticos de 8 de janeiro’, o empresário Kingo Takahashi, de Votuporanga/SP, se juntou à lista de extremistas encrencados na Justiça que fugiram do Brasil ou têm paradeiro desconhecido.
Nos últimos meses, a Justiça já detectou ao menos uma dezena de extremistas condenados ou réus à espera de julgamento que se livraram das tornozeleiras eletrônicas e deram no pé diante da perspectiva de amargar anos na cadeia.
Uma oficial de Justiça incumbida de entregar uma intimação ao votuporanguense nas últimas semanas, relatou que foi ao seu endereço oficial “várias vezes, em dias e horários diferentes, inclusive à noite”, mas não obteve êxito em encontrar o indiciado.
A oficial disse ainda que, no último dia 23 de maio, esteve na residência de Kingo à noite e foi informada por um vizinho que ele comentou que iria viajar e, desde então, não foi visto mais.
Consta ainda no relatório da servidora da Justiça que foram várias tentativas por meio do telefone celular dele, sem sucesso. O caso foi encaminhado com urgência para parecer do Ministério Público.
O sistema da Secretaria de Segurança Pública emitiu alerta de que, desde o dia 30 de abril, a tornozeleira eletrônica do extremista está “sem comunicação”. Ele segue em liberdade provisória, apesar da sentença proferida em março – de 17 anos de condenação, sendo 15 anos e 6 meses em regime fechado, além de uma penalidade por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões – devido a recurso de sua defesa que está em análise no STF.
O sinal de alerta em relação a um possível sumiço de Kingo foi reforçado junto à Justiça quando, há duas semanas, os advogados dele declararam à Justiça de Votuporanga que não conseguiam encontrá-lo para repassar a intimação em função dos sucessivos descumprimentos das medidas restritivas impostas a ele, e também pelos registros e não apresentação semanal ao fórum local, outra das condições que era obrigado a atender enquanto aguardava decisão final do Supremo Tribunal Federal.
Pelo menos 30 bolsonaristas do noroeste paulista respondem junto ao STF pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Contudo, vale ressaltar que, até o momento, quatro deles foram condenados, incluindo Kingo. Os outros três são: Thiago Assis Mathar, que pegou 14 anos e já está preso; Lucenir Bernardes Silva e Nathália Teixeira Fonseca – ambas condenadas a 14 anos de prisão, porém aguardam recurso em liberdade condicional.
*Com informações do Diário da Região/Maria Elena Covre