Votuporanga registra o 1º óbito por dengue em 2024 

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Fêmea do Aedes aegypti é responsável pela transmissão da febre amarela, dengue, chikungunya e zika vírus — Foto: Pixabay/Divulgação

Segundo a Saúde, em uma semana, número de casos positivos para dengue no município quase dobra; no dia 22 de janeiro, a cidade contabilizou 65 casos e, nesta segunda-feira (29), 122. Outros 497 casos estão sob investigação.


Em uma semana, o número de casos de dengue quase dobrou em Votuporanga/SP. Segundo a Secretaria de Saúde, o total de pacientes infectados saltou de 65, no dia 22 de janeiro, para 122 pessoas nesta segunda-feira (29.jan). Outros 497 casos suspeitos seguem sob investigação.

Conforme o boletim epidemiológico, divulgado pela prefeitura nesta segunda, Votuporanga ainda confirmou mais três casos de dengue sorotipo 3. Com isso, o número de casos da variante dobra em janeiro de 2024.

variante não era registrada há mais de 15 anos no noroeste paulista e voltou a circular em novembro do ano passado. No total, a cidade já contabiliza 18 casos da dengue tipo 3.

No boletim, a pasta confirmou que foi contabilizada uma morte por dengue no dia 3 de janeiro. A vítima é uma mulher, de 71 anos, que morava no bairro São Cosme, e foi infectada pela doença no ano passado.

Votuporanga também registra um caso de febre chikungunya. O estado de saúde dos pacientes não foi divulgado.

Em 2023, a cidade registrou 1.107 casos positivos para dengue, sendo 12 da variante tipo 3.

Os novos casos são monitorados pela Vigilância Epidemiológica e preocupam as autoridades de saúde já que sinalizam uma possível epidemia. Por isso, a prefeitura intensificou as ações de combate ao mosquito transmissor das doenças, Aedes aegypti.

Outros casos de dengue tipo 3

primeiro caso de 2024 de dengue tipo 3 foi confirmado no dia 15 de janeiro, em uma mulher, de 53 anos, moradora da Zona Sul. Outros dois casos da variante foram divulgados no dia 17 de janeiro, sendo um de uma mulher, de 27 anos, moradora da Vila América, e outro de um homem, de 52 anos, morador da zona rural.

O primeiro caso de 2023 foi detectado em uma mulher, de 34 anos, no dia 1º de novembro, que chamou a atenção por causa da intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e manchas vermelhos pelo corpo, além do sangramento pela urina e pelo nariz.

Os outros três casos foram confirmados no dia 17 de novembro. Todos os diagnósticos foram identificados em um bairro na região Sul da cidade e as pacientes passam bem.

quinto caso foi confirmado pela cidade no dia 1º de dezembro, em uma paciente de 23 anos, moradora da região Norte. No dia 7 de dezembro, Votuporanga confirmou mais três casos da variante, totalizando oito registros positivos.

DENV3

Segundo o virologista da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP, Maurício Lacerda Nogueira, são conhecidos quatro tipos do vírus da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que estão associados a epidemias. O último caso do sorotipo 3 foi identificado no noroeste paulista em 2008. 

“A detecção desses casos mostra que o vírus chegou na região e é um sinal de preocupação muito grande, por dois motivos principais: toda vez que um novo tipo de vírus entra, ele vem acompanhado de uma epidemia. Nesse caso, dengue 3 é ainda pior, porque esse vírus não circula há mais de 15 anos, sendo que o último caso na região de Rio Preto foi em 2008”, explicou o virologista. 

No primeiro semestre deste ano, a Fiocruz alertou a população para o ressurgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue no Brasil, em específico nas regiões Sul e Norte, o que acendeu o sinal de alerta de especialistas sobre o risco de uma nova epidemia da doença causada por esse subtipo viral. 

Isso porque, segundo a fundação, infecção por um dos sorotipos gera imunidade contra o mesmo sorotipo no paciente. Contudo, é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente. 

Dessa forma, o risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre devido à baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias. 

*Com informações do g1