“Volta às aulas em setembro é irresponsabilidade do Governo Estadual”, dispara coordenador da subsede da APEOESP

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DANILO CAMARGO –

José Vanderlei Corsini – coordenador da subsede da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) -, disse em entrevista ao Diário de Votuporanga no início da tarde de ontem, que voltar às aulas presenciais dia 8 de setembro, que a posição da entidade seria muita irresponsabilidade. “Ainda não existe um medicamento eficaz contra a Covid-19, tampouco uma vacina. Acreditar que adolescente ou criança irão manter 1 metro de distancia um do outro, ficar o tempo todo com máscara no rosto, usar álcool gel a toda hora e ainda pensar, que eles não vão se abraçar e se beijar, isso é utopia!”, afirmou Corsini.

A posição das entidades Central da APEOESP e da subsede de Votuporanga é totalmente contrária a medida do Governo. “Não existem atualmente as mínimas condições necessárias para que isso ocorra. Além de não existir medicamentos e nem vacina, sem contar que as salas de aulas se transformariam em locais de contágios de alto risco: ambientes fechados, com crianças e adolescentes, que não seguem regras. Poderíamos criar uma onda gigantesca de contágios, não só na nossa região, mas em todo o país”, prevê Corsini.

“O Governo de São Paulo está sendo muito irresponsável em propor este retorno para o dia 8 de setembro. Eu acho que o retorno às aulas é essencial sim, não existe um mecanismo que substitui o professor em sala de aula, vivenciamos isto neste momento. Pensar num retorno nesta época tão complicada, em que o país e São Paulo estão passando, com 16 mil mortes confirmadas somente no Estado, é de uma tremenda irresponsabilidade”, alfineta Corsini.

Carreata

“A nossa Sede em São Paulo propôs carreatas para esta terça-feira (7) nas cidades do interior, numa alusão contrária a medida do Governo da volta às aulas presenciais para o dia 8 de setembro. Além de protestar contra a volta, também foi proposto divulgar mensagens a favor do isolamento social, para preservar a vida, etc. Nada é mais importante do que a vida dos nossos adolescentes, crianças, de nós professores e de todo cidadão de maneira geral. Então a Sede central faz esse chamado por meio desta carreata na cidade. Porém, nós da APEOESP de Votuporanga não vamos aderir a esta manifestação e vou explicar o porquê. A nossa cidade esta enquadrada na Fase Laranja com muitos casos, os leitos da UTI Covid da Santa Casa local estão super lotados, sábado passado existia apenas um leito disponível. Então seria muita irresponsabilidades da nossa parte realizá-la. Temos respeito aos seres humanos, a famílias, aos alunos e a comunidade. É muito arriscado até para alertar o não retorno das aulas. Somo contrários ao retorno das aulas presenciais em setembro, mas somos favoráveis a uma volta segura, quando não existir mais riscos de contágios a ninguém”, finaliza.

Doria anunciou volta às aulas no ultimo dia 24

O governador de São Paulo, João Doria (Foto: Henrique Barreto/Futurapress/Folhapress)

 

O governo de São Paulo anunciou a retomada das aulas presenciais a partir de 8 de setembro, de forma gradual, e inicialmente com 35% dos alunos de forma presencial. A proposta prevê rodízio de estudantes e uma combinação de aulas presenciais com manutenção do ensino à distância. As escolas poderão ser reabertas em cidades que estiverem na fase amarela do plano de flexibilização da economia. Votuporanga se encontra na Fase Laranja, uma anterior a Amarela.

Atualmente, as aulas das escolas estaduais estão sendo transmitidas por meio do aplicativo Centro de Mídias SP (CMSP) e dos canais digitais 2.2 – TV Univesp e 2.3 – TV Educação. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, a pasta arca com os custos dos planos móveis de internet para que alunos e professores tenham acesso ao conteúdo.

No entanto, muitos pais reclamam de dificuldades para acessar as plataformas digitais, já que sem acesso à internet, celular, TV e computador, muitos alunos não têm acompanhado as aulas.

No caso das escolas particulares, o protocolo de funcionamento está pronto desde maio e prevê uma série de medidas, entre elas, suspensão de atividades coletivas, redução do número de alunos em salas de aula e aferição de temperatura.

Além disso, as instituições preveem também uma avaliação do nível de aprendizado dos alunos, ampliação da jornada diária e reposição das aulas aos sábados e em turnos alternativos.

Em Votuporanga

Na edição do dia 24 de junho do Diário de Votuporanga em que foi detalhado o anúncio da retomadas das aulas presenciais nas escolas a leitora Marcia Toyokawa disse: “Esse ano letivo deveria ser cancelado. Não existe mais necessidade nenhuma de ter aula, as crianças já perderam todo o ano mesmo e agora, faltando apenas três meses para acabar o ano, não vão conseguir recuperar mais nada”.