A gente entra e sai todo dia sem pensar muito. Seja no prédio da cidade ou no condomínio horizontal do bairro, tudo parece rodar direitinho: portaria liberando visita, entregador chegando com pizza, biometria funcionando, assembleia acontecendo por aplicativo. Vida moderna, né?
Mas me diz uma coisa:
Você já parou pra pensar onde estão todos os seus dados nesse processo?
Sim, o condomínio — seja vertical ou horizontal — também precisa seguir a LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados. Isso vale pro prédio com 80 apartamentos, pro condomínio de casas com guarita 24h, e até para aqueles com porteiro simpático que conhece todo mundo pelo nome.
E os dados?
Ah, esses aparecem em todo canto: câmera de segurança, ficha da diarista na portaria, grupo de WhatsApp dos moradores, registro de entrada e saída, planilha com placa dos carros, lista de prestadores de serviço… Ufa.
E aí fica o alerta: quem cuida disso tudo? Quem tem acesso? Tá tudo seguro mesmo?
Já aconteceu de câmera gravar visita “proibida” e cair em grupo de morador.
Já teve ex-funcionário saindo com lista de dados no bolso.
Já teve condomínio marcando morador em grupo sem permissão.
E, claro, aquela planilha milagrosa com nome, CPF, telefone, apartamento e tipo sanguíneo do morador — aberta na tela do computador da portaria, pra qualquer um ver.
Pois é.
LGPD não é só pra empresa grande. É também pra onde você mora, vive, convive.
Se tem dado pessoal, tem responsabilidade.
Na dúvida, pergunte na próxima assembleia:
– Nosso condomínio (mesmo sendo pequeno) já pensou em se adequar à LGPD?
Se a resposta for “nunca ouvi falar”, já é motivo de alerta. Porque descuido com dados pode trazer problemas — jurídicos, financeiros e até de segurança.
E se você acha exagero, lembre que dados hoje valem mais que ouro. E o lugar onde a gente mora deveria ser o primeiro a proteger isso.
Christiano Guimarães – consultor em Segurança da Informação
- Autor do Livro: Como Adequar Minha Empresa à Lei Geral de Proteção de Dados – Um Guia Prático




