Segundo a OMS, 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo viverão com algum grau de perda auditiva até 2050.
Nos dias atuais, os fones de ouvido tornaram-se companheiros de várias pessoas. No entanto, o que muitos podem não perceber é que o uso excessivo desses dispositivos pode ter impactos significativos na saúde auditiva.
A fonoaudióloga Vanessa Gardini comenta que o hábito de ouvir música ou qualquer tipo de ruído em um volume muito alto pode provocar lesões nas células responsáveis por captar sons. Vale lembrar que, a perda auditiva devido a sons altos é permanente, mas evitável.
Nos ouvidos, há um músculo que se contrai quando há um barulho muito forte para proteger as estruturas da orelha interna. Uma das lesões que podem acontecer no aparelho auditivo é quando essa estrutura muscular fica fatigada por ser atingida por som muito alto em um período longo tempo.
A profissional alerta que é necessário ouvir música ou qualquer tipo de som em uma intensidade segura. Alguns dispositivos como celulares emitem uma mensagem de alerta quando o usuário aumenta demais o volume.
Quando se está no transporte público ou na rua, o barulho externo pode atrapalhar de escutar a música ou algum conteúdo, nesta situação, a pessoa não deve ficar mais de uma hora exposta ao volume excessivo.
Cuidado com a audição
Um dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) preocupou os especialistas em saúde auditiva pelo mundo. Segundo a entidade, 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo – ou uma a cada quatro pessoas – viverão com algum grau de perda auditiva até 2050.
Os números divulgados no relatório mundial também preveem que, pelo menos, 700 milhões de pessoas precisarão de acesso ao cuidado auditivo.
Vanessa destaca que a capacidade auditiva é um dos cinco sentidos mais importantes para todo o desenvolvimento humano. “É por meio da audição que as pessoas são capazes de entender o mundo a sua volta e se comunicar com as pessoas. Uma boa audição também ajuda no desenvolvimento das funções cognitivas, como a memória, o raciocínio e a percepção, além de possibilitar o convívio entre as pessoas e a socialização”, diz.
A fonoaudióloga destaca que “é crucial educar as pessoas sobre a importância de adotar hábitos saudáveis quando se trata de exposição ao som”. Além de limitar o tempo de uso de fones de ouvido, escolher dispositivos de qualidade e ajustar o volume para um nível seguro são medidas essenciais.
A OMS também destaca seis recomendações para implementar em locais e eventos para garantir que o risco de perda auditiva para seus clientes, preservando o som de alta qualidade e uma experiência auditiva agradável:
- Nível sonoro máximo de 100 decibéis;
- Monitoramento e registro de níveis de som usando equipamento calibrado por pessoal designado;
- Otimizar acústica do local e os sistemas de som para garantir uma qualidade de som agradável e uma audição segura;
- Disponibilizar proteção auditiva individual para o público, incluindo instruções de uso;
- Acesso a zonas de silêncio para as pessoas descansarem os ouvidos e diminuírem o risco de danos auditivos;
- Formação e informação para os trabalhadores.
A fonoaudióloga também comenta que se o paciente tiver algum desconforto nos ouvidos, como o zumbido ou dor, é necessário procurar atendimento de um especialista. Pessoas acima de 50 anos devem fazer os exames preventivos, como a audiometria, pelo menos, uma vez ao ano para manter a saúde dos ouvidos sempre em dia e preservar a qualidade da audição.