Atualmente, 269 pacientes de 17 cidades da região dependem da diálise três vezes por semana para sobreviver.
Há 34 anos, a Unidade de Diálise da Santa Casa de Votuporanga não só trata pacientes, mas transforma vidas. Nilson Alves Mariano, de 55 anos, conhece bem essa realidade. Paciente de hemodiálise há 27 anos, ele reflete sobre sua jornada: “Eu sou o paciente mais antigo da Unidade de Diálise. Pode dizer que eu aprendi a viver de novo. Me adaptei e, graças à hemodiálise, estou vivo. Vi meus dois filhos crescerem, se formarem e, hoje, tenho o prazer de ver meus netos. Para mim, a hemodiálise é uma forma de vida.”
Entre os muitos serviços prestados pela Santa Casa de Votuporanga, a Unidade de Diálise se destaca pela qualidade e acolhimento. Atualmente, 269 pacientes de 17 cidades da região dependem da diálise três vezes por semana para sobreviver.
Somente no primeiro semestre de 2024, foram realizadas 21.371 sessões, das quais 95% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Para atender a todos, a Unidade de Diálise funciona seis dias por semana, em três turnos: manhã, tarde e noite”, explica a nefrologista Dra. Aparecida Paula G. Visona, que acompanha os pacientes em hemodiálise.
Nilson, um desses pacientes, perdeu a função renal em 1997. “Eu não sabia que tinha pressão alta. Fiquei internado na Santa Casa e, quando saí, já estava na hemodiálise”, relembra. Para ele, a Unidade de Diálise é muito mais do que um tratamento, é parte essencial de sua vida. “O principal não é só fazer hemodiálise, mas ter qualidade de vida. Quando saímos daqui, temos família, amigos. A Santa Casa me proporcionou isso. Hoje, temos acompanhamento com nutricionistas, psicólogos, enfermeiros. Eu me sinto muito bem cuidado”, conta.
Não são apenas os pacientes que se sentem acolhidos na Unidade de Diálise. O técnico de enfermagem José Gomes Vilela, de 58 anos, considera a unidade mais do que um local de trabalho. “Eu costumo brincar que, se eu cuidasse da minha casa, da minha família, como cuido da diálise e dos pacientes, eu seria dez vezes melhor como pai e marido”, brinca. José ajudou a inaugurar a Unidade em 1990, quando havia apenas duas máquinas de diálise em um espaço de menos de 100 metros quadrados. “Hoje, temos 61 máquinas em quatro salões diferentes, onde os pacientes ficam ligados por 4 horas por dia. Eu vi esse lugar crescer e ser reconhecido em todo o país”, emociona-se José. “Sair daqui, para mim, seria como abandonar a minha família.”
Tecnologia a favor da Saúde
A Unidade de Diálise da Santa Casa de Votuporanga está sempre inovando e utilizando a tecnologia em favor de seus pacientes. Em 2021, foi adquirido um sistema automatizado de última geração para produção de água ultrapura por osmose reversa em duplo-passo. Entre os benefícios, está a segurança do sistema de duplo passo e o reaproveitamento de 70% da água que iria para o esgoto.
Em julho de 2024, a Unidade deu mais um passo à frente na integração tecnológica, realizando pela primeira vez teleconsultas para pacientes pré-transplante de rim. A equipe médica do HB atendeu quatro pacientes online, dispensando a necessidade de deslocamento até São José do Rio Preto. Para o Sr. José Olivio Corte, um dos beneficiados, a novidade foi bem-vinda: “Olha, fazer a consulta aqui foi excelente, foi melhor do que precisar viajar daqui pra Rio Preto para fazer a consulta lá”, disse.