Pneumologista, Dra. Amanda Tosta, deu detalhes da patologia.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos – como pleura, gânglios linfáticos, intestino entre outros. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose é a principal causa de morte por um único agente infeccioso por todo o mundo. Estima-se que anualmente cerca de 10 milhões de pessoas adoecem no mundo e 1,5 milhão de pessoas morreram devido à patologia.
O SanSaúde entrevistou a médica pneumologista, Dra. Amanda Tosta, para esclarecer mais sobre a doença. Confira:
Como é adquirida?
A transmissão se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis contendo bacilos do M tuberculosis, produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea. “Estima-se que 10% das pessoas infectadas pelo M. tuberculosis, 5% vão adoecer nos primeiros anos após a infecção e os outros 5% ao longo da vida, caso não recebam o tratamento preventivo preconizado”, destacou.
Fatores de risco
O maior fator de risco para adoecimento pela tuberculose descrito é a infecção pelo vírus HIV. Mas há outros fatores de riscos como: idade menor de dois anos ou acima de 60 anos; presença de comorbidades e/ou tratamento com imunossupressores e grupos populacionais de maior vulnerabilidade para tuberculose.
Sintomas
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou produtiva. “Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina – ao final da tarde, sudorese noturna, emagrecimento, cansaço/fadiga”, complementou.
Faixa etária
Segundo informações do Ministério da Saúde, homens entre 25 e 40 anos são mais afetados pela tuberculose, fato que pode estar conectado ao estilo de vida dessas pessoas.
Diagnóstico
Pessoa – que apresenta tosse por 3 semanas ou mais – deve ser investigada para tuberculose, com exame de escarro para pesquisa de baciloscopia e teste rápido molecular, cultura de escarro e radiografia de tórax. “O raio-x de tórax é uma ferramenta essencial para detecção precoce da tuberculose, sendo a presença de cavitação um fator independente associado a um diagnóstico mais precoce”, enfatizou Dra. Amanda.
Tratamento
A boa notícia é que a tuberculose é uma doença curável em praticamente todos os casos. “Para o sucesso do tratamento, é fundamental que o profissional de saúde acolha o usuário no serviço de saúde, desde o diagnóstico até a alta, sendo preconizado o regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO)”, frisou a médica.
O esquema de tratamento da tuberculose é padronizado, deve ser realizado de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde e compreende duas fases: a intensiva (ou de ataque), e a de manutenção. “No Brasil, o esquema básico para tratamento da tuberculose em adultos e adolescentes é composto por quatro fármacos na etapa intensiva e dois na fase de manutenção, com duração média de 6 meses”, explicou.
A apresentação farmacológica dos medicamentos, atualmente em uso, para o esquema básico é de comprimidos em doses fixas combinadas com a apresentação tipo 4 em 1 (RHZE) ou 2 em 1 (RH).
Prevenção
A prevenção é o diagnóstico precoce do caso índice, para tratamento adequado. “O risco de transmissão perdura enquanto o paciente eliminar bacilos no escarro. Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela encontra-se muito reduzida, sendo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado a principal forma de prevenção”, destacou Dra. Amanda.
Fique sabendo:
– Com apenas 15 dias de tratamento, na maioria dos casos, a pessoa com tuberculose passa a não transmitir mais a doença;
– O tratamento tem duração mínima de 6 meses e não deve ser interrompido antes desse período para evitar o agravamento do quadro. Por isso, é importante incentivar a pessoa a realizar o tratamento até o fim, mesmo se não houver mais sintomas;
– Contato com objetos pessoais da pessoa com tuberculose como lençóis, copos, toalha, etc., não transmite a doença;
– Ambientes arejados e iluminados diminuem o risco de transmissão da doença, principalmente quando há luz solar. Por isso, é importante que que os ambientes sejam ventilados e tenham luz solar direta.