Tropas russas se aproximam da capital da Ucrânia, e Kiev se prepara para a invasão

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24 de fevereiro - Mulher fica ferida após ataque aéreo danificar um complexo de apartamentos na cidade de Chuhuiv, Ucrânia, nesta quinta-feira (24) — Foto: Wolfgang Schwan/Anadolu Agency/Anadolu Agency via AFP

É o maior ataque de um país europeu contra outro do mesmo continente desde a Segunda Guerra; Putin justificou ação militar para proteger separatistas no leste e ameaçou quem tentar interferir. ONU pediu que ele recue e Biden disse que guerra será catastrófica.


A TV ucraniana transmitiu instruções de como fazer um coquetel molotov, um tipo de bomba caseira feita com combustível.

Mais cedo, o Ministério da Defesa disse em uma rede social que os moradores de Kiev devem “preparar coquetéis molotov” para deter os invasores.

Segundo o ministério, há russos no distrito de Obolon, em Kiev. Os moradores foram orientados a se proteger.

Esse é o segundo dia da invasão russa à Ucrânia.

24 de fevereiro – Equipes de resgate trabalham no local do acidente da aeronave Antonov das Forças Armadas da Ucrânia na região de Kiev — Foto: Press service of the Ukrainian State Emergency Service/Handout via Reuters

Presidente da Ucrânia propõe negociação com Putin, diz agência de notícias russa

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs a Vladimir Putin uma negociação, segundo a agência de notícias russa RIA.

Em um discurso nesta sexta-feira (25), Zelensky afirmou que a invasão russa é como um ataque da Segunda Guerra repetido, e que a Europa não está reagindo rapidamente,

Ele também disse que os países da Europa ainda podem interromper as agressões russas, se agirem rapidamente.

O líder ucraniano pediu para que os cidadãos europeus façam protestos para pressionar os governos a tomar medidas mais decisivas.

Ele disse às forças armadas ucranianas que elas são tudo o que o país tem.

24 de fevereiro – Militar ucraniano segura um lança-mísseis na cidade de Kharkiv, na Ucrânia, durante invasão russa — Foto: Maksim Levin/Reuters

Promotor de Corte Penal Internacional diz que pode agir

“Eu lembro a todos os lados conduzindo hostilidades no território da Ucrânia que meu gabinete pode exercer sua jurisdição e investigar qualquer ato de genocídio, crime contra a humanidade ou crime cometido dentro da Ucrânia”, disse o promotor Karim Khan, da Corte Penal Internacional, nesta sexta-feira (25).

Soldados ucranianos teriam se recusado a se entregar e xingado russos antes da morte

A Ucrânia disse que vai prestar homenagem póstuma a um grupo de 13 guardas de fronteira do país que foram mortos defendendo a ilha de Zmiinyi, no Mar Negro.

Um dirigente do país afirmou que os 13 soldados haviam morrido ele divulgou um áudio que, segundo o jornal ucraniano “Ukrainskaya Pravda”, é um diálogo entre os militares ucranianos e russos.

“Aqui é um navio de guerra russo. Eu proponho que você deponha suas armas e se entregue para evitar um banho de senha e vítimas não necessárias. Caso contrário, vocês serão bombardeados”, disseram os russos.

“Navio de guerra russo, vai se f*” foi a resposta.

Anton Herashchenko, um assessor do Ministério do Interior da Ucrânia, disse que a Rússia, então, começou os ataques. A Rússia ocupou a ilha.

A autenticidade dos áudios não foi verificada pelas agências de notícias.

Pelo menos 25 civis morreram em ataques aéreos, diz ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que já há 127 vítimas civis no ataque da Rússia contra a Ucrânia, iniciado nesta quinta-feira (24). Outros 102 ficaram feridos nas ações militares russas. Desses, 25 foram mortos em “ataques aéreos e bombardeios”.

A porta-voz da entidade afirmou que esses números provavelmente são subestimados.

24 de fevereiro – Corpo de um soldado sem identificação, que militares ucranianos dizem ser um russo morto em combate, é visto ao lado de um tanque perto de Kharkiv, na Ucrânia — Foto: Maksim Levin/Reuters

Russos tomam controle de canal que abastece a Crimeia

As forças russas anunciaram que assumiram o controle de um canal que fornece água potável para a Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.

“Graças ao uso de regimentos terrestres e de tropas aerotransportadas, as forças russas conseguiram chegar à cidade de Kherson, o que permitiu o desbloqueio do canal da Crimeia do Norte e o retomada do abastecimento de água para a península da Crimeia”, informou o Exército russo.

Pouco depois da anexação da península no início de 2014, os ucranianos cortaram o acesso ao canal, que fornecia 85% das necessidades de água da Crimeia. Desde então, a Crimeia enfrenta escassez de água, especialmente nos períodos de seca. O bloqueio do canal também afetou a agricultura da península, onde há plantações de milho e arroz.

Rússia proíbe entrada de aviões britânicos

A Rússia proibiu, nesta sexta-feira (25), a entrada em seu espaço aéreo de todos os aviões vinculados ao Reino Unido, depois das sanções impostas por Londres à companhia aérea russa Aeroflot na esteira da invasão da Ucrânia.

O espaço aéreo fica proibido para todos os aviões “de propriedade, arrendados, ou operados por uma organização vinculada, ou registrada, no Reino Unido”, anunciou a agência reguladora Rosaviatsia em um comunicado.

A medida inclui os voos em trânsito pelo espaço aéreo russo.

*Informações/g1