Documento supostamente assinado por cerca de mil funcionários dos setores administrativos da empresa denuncia o descumprimento do PDI (Programa de Demissão Incentivada), fruto de acordo firmado entre a contact center, a operadora Telefônica e os sindicatos de trabalhadores em telecomunicações.
Uma funcionária da Vikstar divulgou à imprensa nesta terça-feira (8) uma carta aberta supostamente assinada pelos cerca de mil funcionários dos setores administrativos da empresa denunciando descumprimento do PDI (Programa de Demissão Incentivada), fruto de acordo firmado entre a contact center, a operadora Telefônica e os sindicatos de trabalhadores em telecomunicações.
De acordo com uma ata de audiência de conciliação enviada ao Diário de Votuporanga, o acordo foi firmado para garantir que, diante das inevitáveis demissões após encerramento de contrato entre a contact center e a Telefônica – única cliente da empresa -, os trabalhadores da Vikstar recebessem as verbas rescisórias e tivessem seus direitos garantidos. A contact center tinha cerca de 8 mil funcionários em Londrina/PR, no Estado do Piauí e aproximadamente 2 mil colaboradores em Votuporanga/SP, além de funcionários na unidade da capital paulista.
Entretanto, após o início das demissões e a adesão ao PDI, funcionários dos setores administrativos da contact center afirmam que ainda não receberam os acertos. A justificativa, segundo os trabalhadores, é que eles não seriam reconhecidos como funcionários que prestavam serviços exclusivamente para a Telefônica dentro do ambiente da Vikstar.
Uma das cláusulas do PDI diz que são elegíveis ao programa trabalhadores da contact center alocados na atividade de Call Center e Televendas da operação da Telefônica, descritos em lista que seria encaminhada pela operadora, com contrato ativo e/ou suspenso no ato do aceite ao presente Programa de Demissão Incentivada e pertencentes à categoria do sindicato que fez parte do acordo. Também fariam parte do PDI aqueles que tiveram seu contrato rescindido pela Vikstar ou a pedido, nos últimos meses, mas que até então ainda não haviam recebido as verbas rescisórias.
Ainda na carta que a reportagem do Diário de Votuporanga teve acesso, os trabalhadores destacam que, no acordo firmado no dia 17 de maio, “todos os colaboradores que prestassem serviços para a Telefônica Vivo estariam inclusos no acordo de desligue”. “Isso abrange, além dos operadores e supervisores, a linha de frente do atendimento, aqueles que eram considerados das áreas de apoio para que toda engrenagem da operação pudesse funcionar”, consta.
Porém, conforme o texto, os funcionários administrativos foram surpreendidos ao receberem a notícia de que não receberiam as verbas rescisórias. “Além de enfrentar uma pandemia, nós também estamos enfrentando o desemprego e a impunidade do não cumprimento de um acordo”, explicam.
“Lembramos que sem as áreas de tecnologia, planejamento, auditoria, comunicação, limpeza e muitas outras que compuseram a empresa ao longo de nove anos, não haveria a possibilidade de ter a área de operações. Uma complementa a outra, portanto, é de entendimento de todos, que todas as áreas prestaram serviços para a Vivo”, salienta o documento.
Por fim, os trabalhadores finalizam o documento com um apelo para que o PDI seja cumprido. “Quem sabe assim, essas famílias possam retomar sua dignidade social e profissional.”
Procurada pela reportagem, a empresa Telefônica respondeu por meio de nota que “o critério fixado no acordo firmado entre a Vikstar, Sindicatos e Telefônica visou contemplar os colaboradores da VIKSTAR alocados na atividade de call center e televendas da operação da Telefônica, colaboradores estes informados pela própria VIKSTAR ao longo da vigência do contrato com a Telefônica”.
A Vikstar também foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta matéria não havia se posicionado sobre o assunto.