
Governador publicou vídeo em suas redes sociais admitindo que a piada foi inadequada diante da gravidade da crise de intoxicação por bebidas contaminadas que já matou três pessoas.
O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), divulgou um vídeo na noite desta terça-feira (7.out) para pedir desculpas por uma “brincadeira” feita durante uma coletiva de imprensa no dia anterior. A declaração, que ele classificou como “muito mal interpretada”, ocorreu enquanto o governador apresentava as ações do governo para combater a crise de intoxicação por metanol, que já causou mortes e internações no estado.
Com um semblante sério, Tarcísio iniciou o vídeo com uma admissão direta: “Errei!”. Ele explicou que, ao detalhar as medidas governamentais, como o combate à falsificação e a destruição de bebidas de origem duvidosa, tentou “descontrair a coletiva”, mas reconheceu o erro. “De fato, não cabia naquele momento, em face da gravidade do que vem acontecendo”, afirmou.
O pedido de desculpas foi direcionado a diversos grupos afetados pela crise. “É por isso que eu peço perdão. Perdão às famílias que sofrem por terem perdido entes queridos, aos comerciantes que estão vendo os seus negócios sofrerem, aos que dão duro, ao público que quer uma ação firme do Estado, que quer segurança”, disse o governador.
Ele finalizou a mensagem reforçando que o governo continuará trabalhando para solucionar o problema e dar tranquilidade à população: “O arrependimento não vai apagar o passado, mas ensina e vai nos ajudar na construção de um caminho que queremos. E estejam certos, que nós vamos continuar dando o nosso melhor.”
A crise do metanol no Estado de São Paulo se tornou uma grave questão de saúde pública, envolvendo a venda de bebidas alcoólicas falsificadas e contaminadas com a substância tóxica, que pode levar à cegueira e à morte. A repercussão negativa da “brincadeira” do governador gerou críticas nas redes sociais, motivando o rápido pedido de desculpas.
Estado de São Paulo tem três mortes e 18 casos
O governo de São Paulo confirmou nesta terça-feira (7), a terceira morte no estado após intoxicação por metanol. Há ainda 18 casos confirmados e outros 158 em investigação.
A terceira vítima é uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. As outras duas mortes foram registradas na capital — dois homens, de 48 e 54 anos.
Desde que os casos surgiram, 21 pessoas foram presas. Onze estabelecimentos foram interditados no estado desde a semana passada. São sete na capital, dois em Osasco, um em São Bernardo do Campo e um em Barueri, cidades da região metropolitana.