Suposto OVNI avistado em Votuporanga é um balão meteorológico, afirma astrônomo 

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Paulo César da Silva, do Instituto de Pesquisas Espaciais Centauri, explicou que após analisar as imagens concluiu que se tratava de um balão usado geralmente para fazer monitoramento atmosférico.


O suposto aparecimento de um Objeto Voador Não Identificado (OVNI) nos céus de Votuporanga/SP no início da tarde de quarta-feira (11), esquentou o debate nas redes sociais sobre a real identidade do aparelho cromado que aparece no vídeo captado e enviado com exclusividade a redação do jornal Diário de Votuporanga, por Claudio Roberto e pelo pedreiro Wilson Rodrigues.

Os homens trabalhavam no bairro Estela Parque, quando observaram o objeto e estranhando a aparição, optaram pelo registro em vídeo. 

Ao Diário, Claudio Roberto explicou que estava nos fundos de seu lote, quando escutou um forte barulho que pensou se tratar de um avião; momento em que foi chamado pelo pedreiro que trabalhava em uma construção vizinha, que foi quem visualizou o objeto. 

“Foi estranho, esquisito essa situação. Já vi avião, jatos, mas aquilo não. Drone também não é, não naquela altura. Ficou parado assim, parecia um beija-flor, só que metálico e grande”, explicou Claudio, ainda receoso. 

Questionado sobre o tempo em que durou a aparição do suposto OVNI, ele afirmou em detalhes: “Durou bastante tempo, mais ou menos uma meia-hora. Até que decidimos filmar, mas estava muito alto e a câmera não pegava bem, então dei zoom no máximo. Depois decidimos enviar para vocês”. 

Já o pedreiro Wilson Rodrigues, detalhou o momento em que avistou o objeto: “Foi um aparelho, assim não muito grande, mas também não muito pequeno, entendeu? Quando eu visualizei ele, ele tinha um barulho de um avião grande, mas estava parado. Aí, estranhei, um avião grande desse jeito e parado, aí eu olhei e meio que deu virada e o reflexo, estranhei e chamei o Claudio.”

Foto: Claudio Roberto, Paulo César Rapassi e Wilson Rodrigues

O ufólogo votuporanguense Paulo César Rapassi, foi ouvido pela reportagem do Diário e fundamentado no depoimento dos envolvidos afirmou: “O fato estranho é que geralmente, essas naves aparecem e são silenciosas. Absurdamente silenciosas. Assim como surgem, desaparecem, não deixam rastros, nem nada. E não duvidando em nada deles, realmente, elas param no ar e desaparecem no espaço, assim, num piscar de olhos”.

O estudioso ainda comentou sobre a recente liberação de arquivos que tratam sobre o assunto, por parte do governo dos EUA: “Nesse período pós-Trump, em que foi liberado uma infinidade de segredos Ufos, conseguimos acessar evidências que até então eram desconhecidas e, assim acreditamos que essas aparições mais evidentes”, pontuou Rapassi. 

Procurado, o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Tanabi/SP, da Força Aérea Brasileira, afirmou por telefone que a Base não monitora esse tipo de atividade. 

O que diz a astronomia 

Em conversa com o astrônomo Paulo César da Silva, do Instituto de Pesquisas Espaciais Centauri, de Jales/SP, ele afirmou categoricamente que após análise das imagens concluiu se tratar de um balão meteorológico. 

Um balão meteorológico é um balão que carrega instrumentos no alto para enviar informações sobre pressão atmosférica, temperatura, umidade e velocidade do vento por meio de um pequeno dispositivo de medição dispensável chamado radiossonda. Para obter dados sobre o vento, eles podem ser rastreados por radar, radiogoniometria ou por sistemas de navegação (como o sistema de posicionamento global baseado em satélite, o GPS).

“Esse tipo de coisa é bastante comum no nosso meio de pesquisa, a soltura de balões meteorológicos; geralmente para fazer monitoramento atmosférico, pegar imagens, coleta de dados em geral. Por isso, inclusive, podem chegar tão alto, podendo ultrapassar 37km em alguns casos. E foi isso que eles viram, é um balão 100%. Por exemplo, eu soltarei um em novembro, estamos preparando a soltura”, esclareceu Paulo César. 

O astrônomo concluiu afirmando que um balão meteorológico pode até perder velocidade, dependendo da corrente de ar e comentou sobre o barulho escutado por Claudio Roberto e Wilson Rodrigues: “O barulho deve ter vindo de outra fonte, e como eles estavam impactados pela visão devem ter se confundido, balões não emitem ruídos de avião”.

Astrônomo Paulo César da Silva, do Instituto de Pesquisas Espaciais Centauri, de Jales/SP