Meteorologista estima pico na 2ª quinzena de julho e outro mais forte na 1ª semana de agosto, com temperaturas abaixo dos 10°C.
O próximo inverno, que começa às 0h32 do dia 21 de junho deste ano, não deverá apresentar fenômenos atípicos em relação à média histórica no estado de São Paulo. A estação será marcada pelo que se chama de neutralidade climática, ou seja, sem efeito dos fenômenos El Niño ou La Niña, avalia a meteorologista Dóris Santos Palma, do Tempo Agora.
No entanto, a expectativa é que os paulistas enfrentem duas ondas de frio intenso.
“Alguns eventos mais expressivos são esperados para a virada de quinzena no mês de agosto. Em relação ao frio, destaque para uma onda de frio intensa na segunda quinzena de julho e um segundo evento ainda mais forte na primeira semana de agosto, que manterá as temperaturas abaixo dos 10°C na maior parte do estado, inclusive na capital”, projetou a meteorologista.
O outono provocou recordes consecutivos de temperatura mínima na cidade de São Paulo e a tendência é que o cenário persista nos próximos dias. Segundo Dóris, uma nova onda de frio atinge São Paulo nos primeiros dias de junho, mantendo as temperaturas bastante baixas.
“Esse padrão não chega a ser um prenúncio para o inverno”, diz Dóris. “Os modelos meteorológicos indicam temperaturas dentro/tendendo para acima da média na cidade. Não há expectativa para um padrão atípico neste ano”, completou.
Durante o inverno as chuvas ficam dentro da média na maior parte do estado de São Paulo, – pouco volumosa e mal distribuída. “Mas vale lembrar que a média já é baixa”, afirma.
Previsão no país
As mesmas ondas de frio que são esperadas no estado de São Paulo devem atuar sobre o Centro-Sul do país. Os dois eventos mais significativos também estão previstos para ocorrer no início da segunda quinzena de julho e na primeira semana de agosto.
A meteorologista revelou que, em relação à temperatura, boa parte do Centro-Oeste, Sudeste e interior do Nordeste registram atualmente números acima da média histórica, enquanto as demais regiões não apresentam grandes sinais de desvios.
“Não há expectativa para um inverno rigoroso ou atípico no Brasil, São Paulo e capital [paulista]. O inverno costuma ser uma estação mais seca em grande parte do Brasil (com exceção do Sul), e assim permanecerá. As temperaturas já são normalmente mais baixas durante essa estação, especialmente nas primeiras horas do dia. Teremos as duas fortes ondas de frio mencionadas, mas, além disso, nada chama muita atenção em relação ao frio intenso”, reafirmou a especialista.
Chuvas no país
A chuvas tendem a cair em volume abaixo da média sobre os estados de Santa Catarina e Paraná — que ainda estão sob rodízio de abastecimento de água devido à chuva escassa do último verão. “Nas demais áreas do país, não há grandes novidades, a chuva tende a ficar dentro da média, mas lembrando que o inverno já é naturalmente mais seco”, diz Dóris.
Recordes de temperaturas baixas em SP
Os últimos invernos foram típicos na cidade de São Paulo, com temperaturas mínimas e máximas dentro ou muito próximas à média. A menor temperatura mínima da capital nos últimos 20 anos foi registrada no inverno de 2016. Foram 4°C em 13 de junho. No ano passado, a menor temperatura registrada foi em 22/08, com 8,2°C. “Os últimos dois invernos tiveram chuva dentro/tendendo para acima da média na cidade, e o inverno de 2021 promete ser com chuva dentro da média”, finalizou a meteorologista.
Temperaturas mínimas dos últimos anos no estado de São Paulo
- 2016 — 4°C, em 13 de junho
- 2017 — 7,9°C em 19 de julho
- 2018 — 9,1°C 13 de julho
- 2019 — 6,5°C em 7 de julho
- 2020 — 8,2°C em 22 de agosto
*Com informações do R7