Sorveteiro que motivou campanha por ter energia cortada tenta reabrir após fechar as portas devido à pandemia: ‘Maior sonho’ 

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Luís é proprietário da gelateria e fabrica todos seus produtos em Votuporanga — Foto: Reprodução/Facebook

Luís Augusto Demori, de 43 anos, não conseguiu pagar as dívidas feitas durante a pandemia de Covid-19. Ele conta que o aumento no preço da energia foi um dos fatores para fechar a sorveteria em Votuporanga/SP.


Mesmo depois de lutar por um ano para manter o negócio aberto, o sorveteiro Luís Augusto Demori, de 43 anos, não conseguiu pagar as dívidas feitas durante a pandemia de Covid-19 e precisou fechar as portas. 

Morador de Votuporanga/SP, Luís chegou a publicar, em agosto do ano passado, um vídeo no qual, nitidamente emocionado, contava que a energia de seu estabelecimento tinha sido cortada por falta de pagamento.

No mesmo dia, clientes fizeram fila e compraram, em menos de três horas, todos os produtos que estavam nos freezers. Uma vaquinha virtual também foi lançada, mas a ajuda não foi suficiente para o sorveteiro “sair do vermelho”.

Atualmente, Luís tenta quitar as dívidas de energia e aluguel para poder reabrir seu estabelecimento novamente.

“Fui despejado daquele lugar que estava, arrumei um sócio e reabrimos em outro ponto. Fizemos a reinauguração, começamos a trabalhar e veio o segundo lockdown. Estávamos tentando trabalhar com delivery, mas as contas foram acumulando, tivemos a energia cortada mais uma vez e precisamos fechar”, conta.

O sorveteiro diz que chegou a fazer uma pequena divulgação para tentar vender as mercadorias igual da primeira vez, mas ficou com vergonha de pedir ajuda de novo.

“É uma situação complicada. As pessoas acham que tenho dinheiro guardado, mas a verdade não é essa. Conseguimos arrecadar somente R$ 600 da segunda vez. Perdemos mais de R$ 15 mil em mercadoria. Demos mais de quatro mil picolés para crianças de um bairro. O restante foi para quatro lares”, afirma.

Luís conta que o aumento no preço da energia foi um dos fatores preponderantes para fechar a sorveteria.

“A energia subiu demais. Está muito cara. Precisamos deixar os freezers ligados durante 24 horas. A energia precisa estar ligada, vendendo ou não vendendo. Ela é a base de tudo, mas o preço está um absurdo e dificulta ainda mais”, diz.

Pais de três filhos, o sorveteiro relata que, recentemente, começou a vender freezers para tentar reverter a situação.

“Meu maior sonho é reabrir a sorveteria. Ela é a única renda que tenho. A sorveteria está montada. Só preciso acertar o aluguel e a energia. Já tentei até fazer um empréstimo, mas está complicado demais”, afirma.

*Informações/G1