SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

O EGOÍSTA NÃO OUVE: MUITO OBRIGADO.

A gente olha uma criança recém-nascida, e fica babando com a pureza dos primeiros sorrisos, quando ela começa a ter percepção das pessoas em volta, reconhece a mãe.

Mas infelizmente, logo começa a aparecer o lado egoísta que todos nós trazemos.

Logo começa a disputar o brinquedinho com o irmão, a fazer birra porque alguém também se sentou ali para brincar.

A gente precisa ligar a antena do “desconfiômetro” e começar a perceber, agora adultos como em pequenas decisões do dia a dia ainda se revela nosso egoísmo.

É no trânsito, é aquela pressa de entrar no elevador ou no metrô, quando os outros ainda estão querendo sair.

O egoísmo é não considerar ninguém, a não ser nós mesmos.

Pois é, o egoísta até vive mais despreocupado que a maioria, mas perde demais a chance de ouvir: “Muito obrigado!”

DEIXE SEU FILHO COM UM POUCO MAIS DE SEDE

Dizem que o pé de café tem uma raiz central que só cresce reto pra baixo, procurando água, e quanto mais escassa a água, mais ela cresce pra baixo.

Acontece que se um pé de café for irrigado todo dia, e nunca faltar água, essa raiz não cresce, se acomoda, atrofia, e aí, se parar a irrigação artificial, como ela está rasa demais, não alcança água, lógico, ela não precisou crescer, e até morre.

Hoje, principalmente os pais, estão irrigando demais os filhos, não deixam faltar nada.

O risco é que ele não cresça, não precisa crescer, tem tudo, mas quando faltar, quando não tiver o pai por perto, quando a vida cobrar, porque cobra, pode ser tarde para perceber que não cresceram o suficiente para se abastecerem.

Então estará sem raízes, por isso essa geração murcha e frouxa.

O MAR DA MISERICÓRDIA TRANSFORMA O ESGOTO

Nós embarcamos no Cruzeiro Católico, em Santos, e lá tem os canais que levam o esgoto da cidade para o mar.

Mas foi só navegar um pouquinho, e me perguntei, cadê o esgoto?

Olha, às vezes nós nos sentimos esses canais, um verdadeiro esgoto, acontece que Deus é o mar, e ao nos lançarmos na grandeza desse mar, a sujeira some, se transforma, desaparece.

Isso não significa que para nos lançarmos no mar que é Deus, necessariamente precisamos estar um esgoto, mas às vezes a gente se sente assim.

Então não pare, continue canal adentro, e chegue logo ao mar da misericórdia, não espere que você irá se purificar continuando dentro do canal, não, mais saindo dele, e mergulhando na misericórdia infinita que é Deus, e como bem deveria saber o esgoto, não há sujeira que a misericórdia divina não consiga purificar.

DEIXA O PAI TE LEVANTAR

Um pai precisou viajar por alguns meses, e quando voltou, a criança estava aprendendo a andar.

Vendo o pai voltando, a criança correu ao encontro dele, mas acabou caindo.

Qual vocês acham que foi a reação do pai?

Ficou bravo, bateu no filho porque caiu, ou correu e pegou ele no colo?

Claro que foi essa última.

Pegou no colo, viu se não tinha se machucado, e se tivesse, passaria remédio, e o mais importante, ajudaria o filho aprender a andar.

Porque então a gente imagina que o nosso Pai do céu, nos bate, fica bravo quando caímos? Ele pode até ficar triste.

Não seria bem mais lógico imaginar que a cada queda, a cada pecado, Deus nos pega no colo, e principalmente quer nos ajudar a andar, a correr?

A nós basta querer aprender, para não cair mais.

SEJA A LUNO, PARA TER MAIS LUNO.

Tem uma música cristã com um refrão que repete assim: “Deixa a luz do céu entrar, deixa a luz do céu entrar.”

Ok! Esses dias fiquei surpreso, quando li sobre a origem de uma palavra que aparentemente não tem nada a ver com o refrão dessa música: palavra aluno.

Calma que você vai entender…

Quando se coloca o “a” antes de uma palavra, ela corresponde a “ausência”, por exemplo, normal e anormal, típico, e atípico, no caso de aluno, o “a” antes do luno, quer dizer, sem luz, luno no latim é luz.

O aluno de matemática quer mais luz sobre matemática.

Sem luz não se enxerga, não se caminha.

E aí a força desse refrão, deixa a luz do céu entrar, não podemos ser “a lunos” do céu, sem luz do céu, mas iluminados pelo céu.

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

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