SOBRIEDADE JÁ 

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI - Foto: Reprodução

PAGUE UM E LEVE DOIS

Quem nunca foi atraído por um cartaz com aquelas promoções escrito: “Pague um e leve dois”?

Sinceramente, eu tenho muita dificuldade em acreditar que alguém queira mesmo me dar algo de presente, só porque comprei outro. Desculpa a desconfiança, mas a vida me ensinou que ninguém dá nada de graça, só Deus mesmo.

E aí pensei: será que a tal “porta larga” de que Jesus falou, não teria também essa promoção tentadora? Tipo: “Entre por aqui, é maior, mais confortável, e ainda vem com vantagens exclusivas”. Parece Black Friday espiritual, mas com preço de eternidade. 

Assim como nas liquidações, é preciso analisar: a qualidade do produto, a data de validade, o preço e, principalmente, a pergunta essencial: será que eu preciso mesmo de dois, ou um já bastaria? 

Na “promoção” da porta larga, vai ser muito frustrante chegar do outro lado e descobrir que fomos enganados. Produtos a gente até joga fora, mas sair da sala errada que essa porta larga te levou pode custar muito caro.

“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.” (Mateus 7,13) 

NÃO DECIDIR TAMBÉM É UMA DECISÃO

Numa noite de quarta-feira, o pessoal do Instituto estava reunido como de costume, para assistir futebol. Logo no começo do jogo, um dos meninos levantou e disse: “Boa noite pessoal, vou dormir.” 

Na hora, outro comentou: “Mas você vai perder o jogo!” 

E ele respondeu com uma sabedoria de dar inveja, e que eu nunca esqueci “Não, eu vou é ganhar duas horas a mais de sono.” 

Ali, ele deu uma aula sobre decisão: quando você escolhe algo, automaticamente renuncia a outra. Não dá para dormir e assistir ao jogo ao mesmo tempo. 

E a vida é cheia dessas escolhas, grandes e pequenas. O problema é quando a gente se esconde atrás da covardia de não decidir. Porque não decidir também é decidir. E, às vezes, com consequências ainda piores. 

“Homem irresoluto é inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1,8)

O AMOR É NECESSÁRIO, MAS NÃO SUFICIENTE

Pai e mãe amam seus filhos de um jeito quase automático, né? É instinto, é coração. Mas a pergunta é: só amor resolve? Antes de dar minha opinião, imagina a cena: o filho se afogando, o pai, movido pelo amor, pula desesperado na água. Mas, não sabe nadar. Resultado: risco de morrerem os dois. 

O amor é um poder imenso, mas sozinho não dá conta. Hoje, ser pai e mãe exige ferramentas: estar antenado, perceber as armadilhas de um mundo que insiste em transformar filhos em consumidores compulsivos ou massa de manobra. 

O amor é a base, mas precisa de aliados: bons exemplos, boas leituras, diálogos verdadeiros, e até ajuda profissional por que não? 

Amar é pular na água. Mas cuidar de verdade é aprender a nadar antes. 

O coração do prudente adquire conhecimento, e o ouvido do sábio busca a sabedoria” (Provérbios 18 ,15)

DEUS NÃO TEM VERGONHA DE VOCÊ

Uma das piores sensações é a solidão, né? Por isso a solitária é o pior castigo para um detento. 

Fomos criados para nos relacionar. Mas quando convivemos de verdade, as pessoas descobrem quem realmente somos. E aí vem o medo: “E se eu desapontar? E se descobrirem minhas fraquezas? Será que ainda vão me amar?” Esse medo gera isolamento. 

E piora quando projetamos esse medo em Deus: “Ele conhece minhas misérias, será que também não vai me rejeitar?” Mas a boa notícia é que Deus nos ama por quem somos, e não apenas como somos. 

A pior solidão não é a ausência de pessoas, mas a ausência de Deus. Mas Ele nunca terá vergonha de você. Nunca te deixará só. 

“Pode uma mãe esquecer-se do filho que ainda mama? Mesmo que ela o esquecesse, eu, porém, não me esquecerei de ti.” (Isaías 49,15)

FÉ SEM PRÁTICA É WI-FI SEM SENHA

Quando Jesus expulsou um demônio, me chamou atenção o que aquele espírito mal disse: “Que queres de nós, Jesus? Sei quem tu és: Es o Santo de Deus.” (cf. Marcos 1,24) 

Olha só: até o demônio reconheceu Jesus. Mas reconhecer não é seguir. É como clicar naquele contrato online: “li e concordo”, sem nunca ter lido. A gente faz o sinal da cruz no automático, mas o coração está no modo avião. 

Fé de verdade não é só saber o nome de Jesus, é dar espaço para Ele na agenda, no bolso, no humor, no perdão. É quando a mágoa pesa mais que a reconciliação, quando a língua coça para soltar aquele comentário ácido, quando a mão que deveria ajudar só aponta o dedo. 

Fé sem prática é como Wi-Fi sem senha: o sinal até aparece, mas não tem conexão. 

“Assim também a fé: se não tiver obras, está morta em seu estado de solidão.” (Tiago 2,17) 

Por: Carlinhos Marques 

Presidente Fundador Instituto Novo Sinai, idealizador projeto “Sobriedade Já” 

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