SOBRIEDADE JÁ 

7
Carlinhos Marques - Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI - Foto: Reprodução

E SE MENTIRA TIVESSE MAL CHEIRO, HEIN?

Já pensou se, de repente, mentira tivesse cheiro ruim? Era você soltar uma mentirinha e pronto: o ambiente inteiro ficava impregnado de mal cheiro, daqueles impossíveis de disfarçar. Promessas vazias? Cheirariam a mofo de armário fechado. Desculpas esfarrapadas? Teriam cheiro de roupa esquecida no balde. E aqueles elogios falsos? Talvez lembrassem perfume barato, daqueles que não enganam ninguém, vendido barato no camelô.

Mas o mundo seria outro. As conversas seriam mais sinceras, campanhas políticas quase desapareceriam, afinal, quem aguentaria ficar num comício com aquele odor? Iria parecer estar num bueiro. A verdade ganharia espaço, nem que fosse por questão de higiene.

Dar cheiro às palavras seria uma forma de nos lembrar que cada frase deixa marca, e que a mentira sempre deixa rastro, mesmo que invisível. O problema é que, muitas vezes, a gente se acostuma com o cheiro. O nariz da consciência entope, e a mentira se naturaliza. Mas a verdade continua sendo o único aroma que refresca a vida. 

“Nada há de escondido que não venha a ser revelado, e nada de secreto que não venha a ser conhecido e descoberto.” (Lc 8,17)

VIVENDO DE PRESSÕES

Três pressões insistem em roubar nossa paz: depressão, estresse e ansiedade.

A depressão é a pressão do passado: coisas que já foram, erros cometidos, lembranças que pesam.

O estresse é a pressão do presente: responsabilidades, cobranças, correria.

E a ansiedade é a pressão do futuro: o medo do que ainda nem chegou, mas que já sufoca, incomoda hoje.

Esse é o retrato de muitos: gente esmagada por um ontem que não volta, por um hoje que exige demais e por um amanhã que ainda é neblina. Médicos e psicólogos são importantes, claro, mas também são limitados: ninguém consegue controlar todos os tempos da vida.

A boa notícia é que Jesus atravessa passado, presente e futuro. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. Só Ele pode entrar em cada tempo do coração humano e trazer cura onde ninguém mais alcança. 

Por isso, quando sentir que está entre três forças que apertam por todos os lados, lembre-se: existe um lugar de descanso que não depende do calendário, mas de uma presença. 

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre.” (Hb 13,8)

MISERICÓRDIA E JUSTIÇA, O QUE SERIA UMA SEM A OUTRA? 

O que seria da justiça se todo homem fosse condenado? Seria apenas peso, um martelo que só bate. Mas e o que seria da misericórdia sem justiça? Seria incompleta também, seria um abraço vazio, que acolhe, mas que não mostra a verdade.

Na cruz de Jesus, essas duas se encontram. Ali, a justiça exigiu reparação, mas a misericórdia estendeu a mão. Deus não quis escolher entre uma ou outra. Na cruz, Ele decidiu ser ambos: justiça, para que a vida não virasse bagunça; e misericórdia, muita misericórdia, para que não mergulhássemos no desespero.

A cruz é esse ponto de encontro: nela vemos a seriedade do pecado e, ao mesmo tempo, a grandeza do amor. É como se Deus dissesse: “Eu levo a dor de vocês, mas não desisto de vocês”.

Ainda bem que São Tiago nos lembra: a misericórdia triunfa sobre o julgamento. Essa é a notícia que mantém viva a nossa esperança. 

“A misericórdia triunfa sobre o julgamento.” (Tg 2,13)

VOCÊ VAI ERRAR, MAS ERRE DIFERENTE

Errar é humano. Persistir no mesmo erro é burrice. É como colocar a mão no fogo depois de já ter se queimado e pensar: “Dessa vez não vai queimar…”. 

Thomas Edison, inventor da lâmpada, tentou mil vezes sem sucesso. Os amigos insistiam: “Desista, já foram mil tentativas!”. Mas ele respondeu: “Agora não. Eu já sei mil formas de como não fazer”. Dizem que na milésima primeira tentativa, a luz brilhou. 

O erro pode ser professor ou carrasco. Quando aprendemos, ele nos empurra para frente. Quando insistimos no mesmo, ele nos prende ao chão. 

Por isso, se você vai errar, e vai errar, porque todos erramos, que seja um erro novo, diferente, criativo até. Nunca volte ao mesmo degrau. Cada falha é um aviso: “Não vá de novo por esse caminho”. Quem aprende com o erro, não perde: amadurece. 

“O justo cai sete vezes, mas se levanta.” (Pr 24,16)

VIVA HOJE PARA SENTIR SAUDADE AMANHÃ

Saudade não é inimiga. Ela é a prova de que algo valeu a pena. Se a olharmos apenas como ausência, a saudade será sempre dor. Mas se a encararmos como memória, será gratidão. 

A saudade pode nos transportar a lugares, pessoas e momentos que marcaram. Pode também nos ensinar a valorizar o que hoje está diante de nós. Afinal, aquilo que hoje é presença, amanhã pode ser lembrança. 

É bonito pensar que saudade é o selo de autenticidade da vida: só sente saudade quem já viveu algo verdadeiro. Então, viva de tal forma que, no futuro, você tenha saudade de hoje. 

E se a saudade apertar, lembre-se: ela não é sinal de vazio, mas de plenitude já vivida. É a memória dizendo: “Você já foi feliz aqui, e pode ser feliz de novo”. 

“Tudo tem seu tempo, há um momento para cada coisa debaixo do céu.” (Eclo 3,1) 

Por: Carlinhos Marques 

Presidente Fundador Instituto Novo Sinai, idealizador projeto “Sobriedade Já” 

@novosinai 

@carlinhosmarques_novosinai 

[email protected] 

www.novosinai.org.br