SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI - Foto: Reprodução

ARREPENDER-SE É TÃO HUMANO COMO ERRAR…

Olha, arrepende-se deveria ser visto por nós tão humano quanto errar.

Aliás poderíamos até criar uma proporção de equivalência entre os dois, errou, se arrependa na mesma proporção.

Quem não se arrepende, talvez seja por estar fugindo da dor de se encarar, mas só se permitindo arrepender-se, é que abre em nós a porta do perdão próprio, porque errar, não é privilégio de alguns, é condição de todos, o erro é inevitável porque nós somos feitos de tentativas.

Então, já que vamos errar, vamos tentar errar diferente, porque repetir erros é insano.

Um animal até age por instinto, agora nós somos feitos do sentir, do agir, do refletir, e do mudar, e negar o arrependimento é negar a própria humanidade, e a consequente oportunidade de mudança.

DEUS DÁ AS CARTAS, MAS QUEM JOGA É VOCÊ

Não entendo nada de jogo de baralho, mas ouvi dizer, que não importa tanto as cartas que você tem, mas como você joga essas cartas.

No jogo da vida, Deus também nos dá as cartas, na forma de talento, dons e oportunidades, que são cartas a serem jogadas.

Mas como e quando jogar é com você, é o tal do livre arbítrio.

A vida não é um jogo de azar, mas um jogo de decisão, lembra da parábola dos talentos: a um Deus deu 5, a outro 2 a outro 1, são as cartas, cada um decidiu como jogar, teve o que jogou e ganhou, e o que enterrou o talento.

Que o medo e a distração, não deixem as cartas caírem da sua mão sem cumprir o propósito divino.

COISAS DURAM, PESSOAS EXISTEM

Esses dias num velório, a conversa era sobre moradores velhos da cidade, e alguém soltou essa: “Nossa, e o fulano hem, tá durando né?”

Pensei, sinceramente dizer que uma pessoa dura é um menosprezo a vida. Coisas duram, pessoas existem.

Você pode dizer: “Ah o motor do meu carro, meu celular, minha geladeira, tá durando.”

Mas uma pessoa passou dos cem anos por exemplo, não durou muito, mas viveu muito, sobreviveu a impactos, a sucessão de oportunidades, aproveitadas e perdidas.

Mas infelizmente, existe sim, pessoas vivendo como se durassem.

Olha, um objeto durar, tudo bem, ele não tem vida, agora, nós, temos uma vida a disposição, e se contentar simplesmente em durar, é fazer dela pequena demais.

Acredite, vale a pena viver, e a sua convicção de que vale a pena, faz a plenitude do viver durar bem mais.

NASCI ASSIM, NÃO MUDO

Temos características, que se formam pelas influências do meio, de pessoas e de lugares, isso se chama hábito.

Mas é uma grande dificuldade mudar hábitos.

É como se de uma hora para outra, nosso cérebro, tivesse que ler uma língua estranha, acontece que essa estrutura de hábito, é o que forma a personalidade.

Tá, mas ela é imutável?

Não, precisa de conversões, que é bem diferente de entrar numa igreja, declarar uma fé. É ler com sabedoria, as placas, que como no trânsito, são colocadas a nossa frente, e nos sugerem conversões a esquerda a direita, ou seguir em frente.

Então dizer um dia eu faço, um dia paro de fumar, um dia volto para a igreja, é muito vago, porque um dia, não existe, me parece sim, mais uma forma indireta de dizer: “Eu não quero mudar, não quero mudar meus hábitos, nasci assim, vou morrer assim.”

ILUSÃO RELIGIOSA…

Muita gente vive o que vou chamar de ilusão religiosa.

Você precisa se desprender da ideia de que se seguir a Deus nossos problemas acabam, que a vida fica mais fácil porque temos uma religião, não.

Deus não retira de nós o que humanamente podemos e devemos enfrentar.

Certa vez fui convidado para um evento numa igreja protestante bem conhecida e me assustei quando o pastor disse que profetizaria que naquele estacionamento daquele dia para frente só teriam carros importados.

Quanta ilusão, Jesus deixou bem claro: “Quem quiser me seguir tome sua cruz e me siga.”

E não o tomar o camelo mais caro da época.

A nossa proximidade com Deus, a nossa fé, é uma arma na batalha, não espere que Deus facilite, ele não fez isso nem para seu filho que morreu na cruz.

Uma fé madura entende que sofrimentos existirão, mas com Deus serão vencidos.

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

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