A ideia com a drástica poda é dar espaço para que o prédio, projetado na década de 80, assinado pelo arquiteto e atual prefeito, Jorge Augusto Seba, fique com mais visibilidade.
Da Redação
Em matéria publicada neste Diário no último dia 10, onde uma manchete destacava: “Reforma em prédio municipal sacrifica árvores de 30 anos no centro da cidade”. A matéria denunciava que das seis árvores (oitis) existentes na calçada da Rua São Paulo, ao lado da antiga Biblioteca Municipal (Concha Acústica), três haviam sido sacrificadas e outras três teriam recebido podas drásticas. Naquele dia as que sobraram haviam sido podadas, conforme a foto que as mostram ainda com alguns galhos. Porém ontem, uma equipe da Prefeitura esteve no local e realizou cortes ainda mais drásticos com a alegação de que a ordem que veio de cima era clara: “O prédio tem que aparecer!”
Ontem internautas utilizaram as redes sociais para protestarem pelas novas podas, o que levou um representante do Condema (Conselho do Meio Ambiente) a postar numa rede: “Pessoal antes de qualquer tumulto (…) quero antecipar… a decisão da poda drástica dos oitis não foi tomada com a intenção de acabar com a funcionalidade das árvores, pelo contrário, foi justamente para a formação de uma copa menor e mais alinhada com a proposta de revitalização do prédio atrás, facilitando assim a manutenção das podas nas próximas podas de alinhamento”.
Ontem em conversa com operários, o Diário teve a confirmação de que os novos cortes eram para manter as copas das árvores mais baixas, para que a obra arquitetônica do prédio, construído na década de 80, fique à mostra. Numa conversa, um deles disse que o correto, já que é pra mostrar o prédio, seria arrancá-las e optar em plantar novas árvores, mas de espécies mais baixas e que essas, desde pequenas, fossem podadas na altura desejada. Um deles ainda questionou que se a Prefeitura possuísse um caminhão com balde, que coloca o operário na altura da copa, seria perfeito, mas custa caro e ‘eles’ [Prefeitura] não querem gastar com locação, explicou outro funcionário, que emendou ainda dizendo que se a Prefeitura tivesse um equipamento desses, daria para efetuar muitas podas de maneira correta em árvores e coqueiros do jardim e até da Rua Amazonas.
Na primeira matéria do Diário publicada no dia 10 de agosto foi explicado que uma reunião entre o governo municipal e os servidores ficou decidido pelo corte das árvores daquele local. A maioria dos presentes optou pelo fim das árvores. Das seis que existiam no local, três delas foram sacrificadas e o restante deveria permanecer, entretanto foram podadas drasticamente. Na reunião não participaram ambientalistas e ou representantes de classes e ou vereadores, apenas líderes do governo e servidores municipais, a maioria foi favorável à aprovação do corte.
O prédio (antiga Biblioteca) é um projeto arquitetônico do atual prefeito, Jorge Augusto Seba e foi construído há 30 anos quando ele era secretário de obras do governo municipal do ex-prefeito Mario Pozzobon (in memoriam).
A ideia do Executivo é dar um visual novo ao prédio que abriga, por exemplo, a Escola Municipal de Artes, para tentar resolver, segundo informações, um ‘problema’ que são os moradores de rua que usam o local para se abrigarem. Para tanto, o Executivo propôs revestir com vidros a parte térrea e isolar o local, mas para o local ficar mais bonito foi optado por arrancar metade das árvores. Naquele dia foi justificado no local por servidores, que as raízes das árvores estavam estufando as calçadas e que também num futuro próximo poderiam colocar os novos vidros em risco.