Secretário de Desenvolvimento Econômico pede calma e defende ‘negociação’ com os EUA 

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Secretário de Desenvolvimento Econômico pede calma e defende ‘negociação’ com os EUA – Foto: Reprodução

Durante encontro com empresários e lideranças em Votuporanga, Jorge Lima foi categórico: “A única vez que vi um pequeno vencer um grande foi na Bíblia, em Davi contra Golias. Do resto, vale muito mais ter bom senso, negociar e chegar a bom termo.”


O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, participou na tarde desta quarta-feira (6.ago), no auditório da Associação Comercial de Votuporanga (ACV), de um encontro com empresários locais e da região, além de lideranças políticas, como os deputados estaduais Carlão Pignatari (PSDB) e Danilo Campetti (Republicanos).

À imprensa, antes do início do evento, o secretário atendeu aos jornalistas e a pauta girou em torno à polêmica do tarifaço imposto pelos EUA. Jorge Lima procurou tranquilizar os empresários, principalmente os que trabalham com exportações e importações: “É necessário ter calma, cabeça fria, se sentar à mesa para negociar, não existe outro caminho. Passado esse primeiro impacto do anúncio, realmente é desconcertante, mas é necessário analisar e agir dentro da realidade que se impõe. O governo de São Paulo, por meio do governador Tarcísio de Freitas, vem buscando meios para ajudar os que poderão ser mais afetados em nosso Estado. Uma das medidas é a liberação de R$ 1,5 bilhão em créditos acumulados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).”

“Além disso, a ampliação da linha de crédito para setores atingidos: a linha voltada às exportadoras saltou de R$ 200 milhões para R$ 400 milhões, com taxas a partir de IPCA + 0,27% ao mês e um ano de carência. Dentre outras medidas. Porém, é necessário que o governo federal tome as rédeas da situação com humildade e vá a Washington [capital dos EUA] negociar. Não tem outro jeito que não seja negociar. Negar isso é negar a realidade. A única vez que vi um pequeno vencer um grande foi na Bíblia, em Davi contra Golias. Do resto, vale muito mais ter bom senso, negociar e chegar a bom termo”, emendou o secretário de Estado.

Perguntado sobre a implantação do tarifaço, Jorge Lima ponderou: “Se negociado, não acredito que a taxa será mesmo de 50%, assim como também não acredito que será zerada, penso que pode se chegar a um fator negociado que não prejudique tanto o lado brasileiro. Porém, os EUA não negociam com estados da Federação, não existe isso, a negociação é com o Brasil por meio do governo federal e o governo federal precisa levar isso a sério”, concluiu.

Encontro de Jorge Lima com empresário e lideranças locais e regionais ocorreu na ACV – Foto: Reprodução

O deputado estadual Carlão Pignatari comentou o tema: “Eu concordo com o secretário quando ele diz que não é possível medir a quantidade de prejuízos para o Estado de São Paulo e para o país, porque tem toda uma cadeia produtiva envolvida, tem a área de carne, de milho, soja, os caminhões que puxam tudo isso, mas o governador Tarcísio já começou a tomar algumas medidas e deve vir outras para pelo menos socorrer esses empresários, principalmente os pequenos e médios.”

Por sua vez, o deputado Danilo Campetti criticou a condução do governo Lula (PT): “As tarifas são consequências da omissão do governo federal. O senhor Lula da Silva está elevando nosso país da condição de anão diplomático para a escória diplomática do mundo, não tem mais o que falar. Um governo populista que não se preocupa com a população e por isso que ele até agora não foi negociar com o presidente Trump. Mas trazendo para parte boa, aqui em São Paulo, o governador Tarcísio tem planos para amparar esses empresários, e o secretário Jorge Lima é o grande representante do desenvolvimento econômico do Estado, sempre atuante, para você ter uma ideia nessa viagem ele completa 400 municípios paulistas visitados e seguirá até que complete os 645.”

O prefeito Jorge Seba comentou as tarifas impostas pelo governo norte-americano e pregou a força dos brasileiros: “O que a gente tem lido dos especialistas é que essa medida é danosa para a economia brasileira, mas o quanto vai afetar nossa economia de Votuporanga, tendo em vista que temos muitas empresas exportadores aqui e também na região, ainda não sabemos. Mas em uma coisa eu confio, o brasileiro se reinventa. O Brasil é um país eclético, não vou discutir se o Trump está fazendo certo ou não, até porque ele está defendendo o país dele. Mas no nosso país, nós nos reinventamos em qualquer que esteja exercendo seu papel, então eu acredito que mais uma vez o nosso povo vai absorver isso de alguma forma e vai fazer acontecer em curto e médio prazo.”