Chamada de “toque de restrição” pelo governador Doria, a medida será voltada sobretudo a aglomerações nas ruas, visto que, na prática, as atividades não essenciais só estão liberadas até as 22h. A medida entra em vigor amanhã e vai até 14 de março.
A secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patrícia Ellen, afirmou que se as medidas anunciadas ontem (24) pelo governador João Doria (PSDB) para evitar aglomerações entre 23h e 5h não surtirem efeito no número de internações, o estado pode enfrentar medidas mais duras para combater a pandemia do coronavírus.
“Nós tivemos um filme repetido que foram as aglomerações do ano novo e agora do carnaval. Não foi algo relacionado ao transporte. A curva de internações começa a crescer 7 dias depois desses eventos. Esse descumprimento de poucos está custando para muitos. Se essas medidas restritivas não forem suficientes para controlarem as interações, estamos abertos a medidas mais restritivas”, disse Ellen em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O governo de São Paulo anunciou ontem que o estado montará operações de fiscalização para tentar restringir a circulação de pessoas entre as 23h e as 5h. Chamada de “toque de restrição” pelo governador Doria, a medida será voltada sobretudo a aglomerações nas ruas, visto que, na prática, as atividades não essenciais só estão liberadas até as 22h. A medida entra em vigor amanhã e vai até 14 de março.
Questionada sobre o risco de contaminação nas aglomerações no transporte público, Ellen disse não ter dados sobre o índice de infecções nos transportes e que as restrições aos bares foram sugeridas pelo Centro de Contingência.
“Na área de saúde o que tivemos foi uma recomendação nas áreas de risco. Os ambientes de maior risco de contágio são bares, que são locais de aglomerações. Nunca tivemos uma recomendação tão específica em toda a rede de transportes. O que tem de fato é o ranqueamento desses ambientes de maior e de menor risco. Até para discutir o retorno das aulas foi considerado o risco das pessoas chegarem até o local, mas não foi levantado esse risco como nos bares. As pessoas se contaminam mais na socialização e levam para dentro de casa”, afirmou.