Saúde ocular infantil: entenda sobre baixa visão

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Médica oftalmologista Dra. Virginia Madeira de Carvalho - Foto: Reprodução

A médica oftalmologista Dra. Virginia Madeira de Carvalho explica a importância do diagnostico precoce.


Quando pensamos no bem-estar das crianças, a saúde ocular infantil não costuma ser a primeira coisa que vem à cabeça. No entanto, essa área precisa de atenção. Isso porque muitas doenças que podem causar danos severos à visão podem ser evitadas com um diagnóstico precoce nas consultas com oftalmologistas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a maior parte dos casos de cegueira ou déficit visual em crianças estão relacionados a doenças preveníveis e tratáveis, ou seja, poderiam ter sido evitadas e tratadas com pré-natal bem feito e diagnóstico rápido. O SanSaúde conversou com a médica oftalmologista Dra. Virginia Madeira de Carvalho que explicou sobre a baixa visão na infância.

O que é baixa visão?

A perda parcial da visão que não pode ser melhorada é conhecida como baixa visão. Uma pessoa com baixa visão tem uma visão reduzida (geralmente definida como 20/70 ou menos), um campo de visão menor (visão periférica) ou ambos.

De acordo com a oftalmologista, acontece por várias causas e doenças e deve ser diagnosticada o mais cedo possível. “Esse é um dos motivos da avaliação infantil ser recomendada a partir do primeiro ano de vida, antes se houver alguma indicação, pois os sintomas e sinais podem ser pequenos e imperceptíveis”, destacou.

Sinais

As crianças em fase escolar podem sentir dificuldade na sala de aula, de ver objetos longe na TV por exemplo e/ ou dores de cabeça. “Porém, nos menores os sinais são mais leves, como chegar perto dos objetos, tropeçar ou desinteresse por ações que exijam visão de longe”, disse.

Dra. Virginia salientou que, se a dificuldade for de um só olho, fica mais difícil o diagnóstico. “A criança se adapta com visão de um olho só. Além disso, deficiências leves também passam despercebidas”, complementou.

Principais causas

A baixa visão pode ser o resultado de alterações hereditárias, como albinismo, catarata pediátrica, glaucoma pediátrico, anormalidades nos nervos e da retina.

Como é o diagnóstico?

O exame oftalmológico para visão subnormal varia de acordo com a idade da criança e tem a finalidade de obter o máximo de conhecimento possível o funcionamento visual. Isso inclui a medida da acuidade visual, do erro de refração (grau de óculos), do campo visual (a extensão da visão periférica ou lateral), da função dos músculos dos olhos (o alinhamento dos olhos e a capacidade de movê-los em todas as direções) e visão de cores. Testes adicionais podem ser recomendados, incluindo um eletrorretinograma (ERG) e potencial visual evocado.

Diagnóstico precoce

A correção de problemas em um olho só como nos dois de estrabismo ou anisometropia (diferença grande de grau de um olho para o outro) deve ser feita antes dos dez anos. “Quanto mais cedo mais sucesso no tratamento, mais tarde ou na adolescência, infelizmente, terá pouco resultado”, disse.

A oftalmologista frisou que, no primeiro ano, deve ser realizado exame de mapeamento de retina para prevenção do retinoblastoma. “A patologia pode começar aos seis meses se tiver mais riscos. Em prematuros, o exame também começa antes, com indicação no leito”, complementou.

Dicas

Dra. Virginia finalizou com dicas para ter um bom desenvolvimento da visão. “Exame oftalmológico anual, boa alimentação, dormir bem, exposição ao sol, atividade em espaço aberto todos os dias, evitar celular e Tablet são essenciais”, disse.