Oncologista Dr. João Victor Marangoni falou sobre câncer de cabeça e pescoço, durante bate-papo.
A Santa Casa de Votuporanga se uniu ao SanSaúde para mais uma live nesta quinta-feira (29) no Instagram. Desta vez, o tema foi Julho Verde, campanha que busca conscientizar sobre o diagnóstico precoce de câncer de cabeça e pescoço.
O câncer de cabeça e pescoço mata 10 mil brasileiros anualmente, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP). A doença atinge 41 mil brasileiros por ano, segundo levantamento feito em 2019 pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).
O cirurgião oncológico, Dr. João Victor Marangoni, ressaltou a importância da campanha. “É uma incidência muito grande de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. São números crescentes, nossa região tem bastante caso. É muito importante a gente falar sobre a patologia para tomar os devidos cuidados, em busca de um diagnóstico precoce que tem bastante influência no tratamento”, disse.
Sintomas
Dr. João Victor disse que os sintomas podem ocorrer onde o câncer se inicia. “Na pele, são feridas sangrando, dor, desconforto na parte estética. Já por exemplo, no tumor de língua, você começa com afta, ardência, ao mastigar alimento, pode ter uma dor local, com coloração diferente”, comentou.
Ele citou o sintoma mais comum, que é o caroço no pescoço. “Esses linfonodos podem trazer outros sinais também, porque começam a “apertar” o que estão ao lado. Na região da cabeça e do pescoço, há muitos nervos, com parada de sensibilidade local, dor, causando até déficit de irrigação sanguínea”, afirmou.
O médico frisou que alguns sintomas podem ocorrer em diferentes áreas do corpo. “Tem muitos locais que podem surgir. Por exemplo, pode haver sintomas respiratórios, como tosse”, complementou.
Predominância
O cirurgião contou ainda que a patologia é mais prevalente em homens, acima dos 40 até 59 anos, de acordo com o INCA. “Geralmente, o sexo masculino é o que está mais ligado aos fatores de risco da doença como a exposição solar. A radiação solar é acumulativa, quem foi mais exposto ao sol na infância tem mais possibilidade de câncer na vida adulta. Pessoas de pele clara possuem pouca proteção”, disse.
Outros fatores de risco são tabagismo e bebida alcoólica. “As substâncias do cigarro são muito tóxicas e a fumaça entra por mucosa. Essa mucosa passa por renovação a cada dois dias ou até mesmo horas. Em contato com essa pele, a chance de ter uma mutação maligna é muito mais alta”, explicou.
O consumo de álcool e o tabagismo são alguns dos fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço -esse hábito pode multiplicar em até 20 vezes o risco de uma pessoa saudável desenvolver essa doença, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Assista a live completa no IGTV do Instagram da Santa Casa.