Após sete encontros, participantes puderam entender melhor os malefícios do vício, com apoio do médico de Família e Comunidade, Dr. Ernesto Hoffmann, e da enfermeira de família do programa de Atenção Primária à Saúde do SanSaúde, Sandra Baracat.
Ajudar os beneficiários a deixarem de fumar, fornecendo ferramentas, informações e estratégias necessárias para direcionar seus próprios esforços neste sentido. Este foi o objetivo do grupo de tabagismo implantado pelo SanSaúde em setembro deste ano, cumprido com êxito.
Após sete encontros, participantes puderam entender melhor os malefícios do vício, com apoio do médico de Família e Comunidade, Dr. Ernesto Hoffmann, e da enfermeira de família do programa de Atenção Primária à Saúde do SanSaúde, Sandra Baracat.
Paulino Rueda Fiamenghi, de 58 anos, foi um dos beneficiados com a iniciativa. Ele encontrou no grupo a motivação que faltava para largar o cigarro. “Eu nunca tinha tentado parar de fumar de verdade. Às vezes, jogava fora cigarro, mas depois de três horas, saia para comprar maço. Eu não conseguia me ver sem o fumo. Era para me divertir, trabalhar, dirigir, há 43 anos foi meu vício. Entretanto, era meu sonho abandonar. Dois amigos me falaram do grupo do SanSaúde e resolvi participar”, frisou.
Ele contou como foi seu primeiro dia no projeto. Na oportunidade, o grupo discutiu sobre “Entender por que se fuma e como isso afeta a saúde”. “Foi aquela expectativa. Eu fiquei encantado com a metodologia, a seriedade. Eu nunca tinha visto com essa abordagem, com profissionais, associada a remédios, suprindo não somente a dependência química, mas psicológica também”, disse.
Foi o pontapé que faltava para assumir o compromisso com sua saúde. “Eu fumava, em média, um maço e meio de cigarros por dia. Mas, no final de semana, essa quantidade era ainda maior, ultrapassando a mais de dois maços. Minha decisão de parar de fumar foi pensando nos malefícios do vício. Minha pele envelheceu muito, eu tinha dificuldade de respiração, meus dentes foram prejudicados, além do constrangimento social como o odor”, afirmou.
Depoimento
Desde sua decisão de parar de fumar, Paulino contou os desafios. “Nos primeiros dias, fiquei muito emotivo e angustiado. Conversando com o médico, Dr. Ernesto explicou que estes sintomas eram normais, porque para mim era como se tivesse perdido um grande amor, que fez parte da minha vida 43 anos”, disse.
O beneficiário frisou a importância da assistência do grupo. “Era uma pressão emocional muito forte. Então, os profissionais ajustaram medicação e diálogo, para que eu pudesse continuar com meu objetivo, diminuindo a vontade de fumar. A troca de experiência também foi importante, ouvir outras pessoas que estavam na mesma situação”, afirmou.
Atualmente, são mais de dois meses sem o cigarro. “Hoje eu não tenho mais angústia e tristeza. Tudo foi substituído por uma autoestima muito grande. Eu venci um mal que me desafiou a vida toda, só tenho a agradecer porque sei que sozinho não teria conseguido. Quero estar junto nas próximas edições, para que mais pessoas conquistar seus objetivos”, destacou.
Benefícios para saúde
E os benefícios não param por aí. Após três semanas sem o vício, a circulação e a respiração também melhoram. Em um ano, há redução média de 50% de risco de infarto. Em cinco anos, há redução média de 50% de chances de risco de câncer de pulmão, de boca, da garganta e do esôfago. Em 20 anos, o risco de desenvolver câncer passa a ser igual ao de quem nunca fumou.
O projeto
Dr. Ernesto fez um balanço do projeto do SanSaúde. “Ficamos muito felizes com a primeira edição do grupo. O vínculo formado entre os participantes, aliado à metodologia, possibilitou o êxito, melhorando de fato a qualidade de vida dos beneficiários. Relatos como do Paulino expressam o quanto que largar o cigarro não é fácil, mas é possível com apoio adequado”, frisou.
Ele reforçou a força de vontade dos conveniados em parar de fumar. “Existem os chamados estágios motivacionais, e muitas pessoas em diversas oportunidades tentam largar o hábito tabagista por pressão familiar e não por verdadeiramente ter essa vontade. Na chamada fase de Pré-contemplação, o indivíduo nem ao menos considera a possibilidade de mudar ou não se preocupa com a questão. Tentar parar de fumar nesta etapa usando algum medicamento é uma grande ilusão. Já na fase de Contemplação, ele admite o problema, é ambivalente e considera adotar transformações eventualmente. Esse é o melhor momento para se passar informações sobre grupos de abandono de tabagismo e outras orientações. Quando já se está suficientemente motivado, que são nas fases de Preparação, onde se criam condições para as alterações, se planeja, e se revisa tentativas passadas, e de Ação, onde a pessoa já implementa atitudes ambientais e comportamentais e investe tempo e energia na execução deste projeto”, explicou.
O projeto teve como base orientações do Programa Nacional de Controle ao Tabagismo (PNCT) do Instituto Nacional do Câncer (INCA). “O ato de fumar é um comportamento aprendido, desencadeado e mantido por determinadas situações e emoções, que leva a dependência devido às propriedades psicoativas da nicotina. O tratamento teve como objetivo a aprendizagem de um novo comportamento, através da promoção de mudanças nas crenças e desconstrução de vínculos comportamentais que levam ao tabagismo”, disse.
Luana Romano, gestora do SanSaúde, parabenizou todos os envolvidos. “Foram sete encontros, com temáticas impactantes e com foco mesmo na conscientização dos malefícios do vício. Agradecemos cada participante pela confiança e comprometimento com nossa iniciativa. Estamos juntos para oferecer saúde, qualidade de vida, superar as dificuldades e prestar o apoio necessário quando houver recaídas”, finalizou.