Saiba mais sobre câncer de intestino 

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Médica oncologista da Santa Casa, Dra. Júlia Cordeiro – Foto: Reprodução 

Médica oncologista da Santa Casa, Dra. Júlia Cordeiro, explicou sobre a doença.


O câncer de intestino foi assunto da imprensa recentemente após duas artistas brasileiras serem diagnosticadas com a doença. Pensando em orientar e, principalmente, na prevenção, a médica oncologista da Santa Casa de Votuporanga, Dra. Júlia Cordeiro, explicou sobre a patologia, muito comum em todo o mundo.

Dra. Júlia frisou que é o segundo câncer mais diagnosticado tanto em homens quanto mulheres no Brasil e é potencialmente curável. “Tem cura quando diagnosticado precocemente, então vamos nos prevenir e fazer o possível para detectar o quanto antes”, disse.

O que é e quais os sinais do câncer colorretal 

O câncer de intestino (ou colorretal) abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso (cólon), na porção final do intestino (reto) e no ânus. Segundo as estimativas do Inca para o biênio 2023-2025, quase 46 mil novos casos da doença devem ser diagnosticados por ano no Brasil —um aumento de mais 10% em relação à estimativa de 2020-2022. 

Fatores de risco 

São considerados fatores de risco para o câncer de intestino: idade acima de 50 anos, dieta com alto teor de gordura e baixo teor de fibras, obesidade, sedentarismo e tabagismo. Pessoas que possuem histórico da doença ou casos de câncer de intestino na família precisam ficar mais atentas.  

Sintomas 

O câncer colorretal em fase inicial não costuma ter sintomas, o que torna ainda mais importante o acompanhamento médico e o rastreamento por colonoscopia, que deve ser realizada a partir dos 45anos. Em fase mais avançada, pode causar sintomas como sangramentos, dores abdominais e fraqueza.  

Diagnóstico 

Grande parte dos tumores colorretais se inicia a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino, mas podem se transformar em câncer, caso não sejam removidas. A biópisa é fundamental para determinar se aquele pólipo era pré-maligno ou não. E o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento. 

Dra. Júlia ressaltou o rastreio precoce da patologia. “Após os 50 anos, deve ser feito o exame de sangue oculto nas fezes, teste simples e muito eficaz. Quando o resultado é positivo, também é realizada colonoscopia”, complementou. 

Mas, diante do crescente aumento de casos antes dos 50, desde 2021, a Sociedade Americana de Câncer recomenda a realização da colonoscopia de rotina para todos os adultos a partir dos 45 anos, mesmo sem sintomas. A colonoscopia é o exame padrão-ouro para diagnóstico e deve ser repetida a cada cinco anos, se não forem encontrados pólipos; ou anualmente, caso o exame constate a presença de pólipos. 

Prevenção 

“Existem medidas simples no dia a dia para reduzir risco de desenvolver esse tipo, entre elas manter o peso corporal adequado, uma dieta rica em fibras e pobre em embutidos como presunto, mortadela e salame. Capriche nas frutas, legumes e vegetais, além da importância de realizar exercícios físicos, auxiliando na prevenção”, destacou a médica.