Nesta sexta-feira (12), o preço interno está 6% acima do internacional, depois de ter atingido uma diferença de 17% na terça-feira, segundo a Abicom.
A segunda queda do preço do diesel em menos de duas semanas, anunciada na quinta-feira (11.ago) pela Petrobras, fez o combustível ficar mais perto da paridade internacional, política adotada pela estatal em 2016.
Nesta sexta-feira (12), o preço interno está 6% acima do internacional, depois de ter atingido uma diferença de 17% na terça-feira (9) segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Desde o dia 5 de agosto, o litro do diesel recuou R$ 0,42 nas refinarias da Petrobras. Já o preço da gasolina caiu R$ 0,35 nos últimos 15 dias.
Essa queda vinha sendo puxada pelo recuo do preço do petróleo nos últimos dias, quando passou a operar abaixo dos US$ 100 o barril.
O dólar também vinha ajudando o preço dos derivados, com quedas expressivas que levaram a cotação para perto dos R$ 5.
Nesta sexta-feira, porém, tanto dólar quanto o petróleo operam em alta no mercado brasileiro, indicando que ainda há grande volatilidade nos preços e que não existe uma mudança estrutural nos preços do setor, condição estipulada pela Petrobras para mudanças de preços quando o petróleo estava em alta.
Analistas estranharam a queda do diesel feita pela Petrobras nos últimos dias, observando que a empresa terá dificuldade de elevar novamente o combustível se o mercado mudar de direção, por causa da proximidade das eleições.
Três presidentes da companhia já foram demitidos por aumentar os combustíveis: Roberto Castello Branco, general Joaquim Silva e Luna e José Mauro Coelho.
As recentes quedas foram realizadas na gestão do novo presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, que terá que justificar a medida ao Conselho de Administração da companhia, segundo a nova diretriz divulgada pela Petrobras no final de julho.
Para o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (Fup), Deyvid Bacelar, o governo tentará, até as eleições, anunciar seguidas reduções nos preços dos combustíveis, mas dificilmente conseguirá minimizar o impacto da alta acumulada desde o início do governo Bolsonaro.
No caso do diesel, a alta acumulada desde 2019 é de 193,1% e da gasolina, de 169%.
Na Bahia, onde funciona a única refinaria de grande porte privatizada do país, a Refinaria de Mataripe, a diferença de preço do diesel em relação ao mercado internacional está zerada e a gasolina é comercializada com preço 5% acima do Golfo do México, local que serve de referência para os importadores brasileiros.
Ao contrário da Petrobras, a Refinaria de Mataripe promove reajustes semanais, deixando os preços mais próximos da realidade de mercado.