Da Redação –
Danilo Barbosa é proprietário de uma academia em Votuporanga, ele é formado em Educação Física e Especialista na área. ‘Pardal’ como é conhecido desabafou ao Diário o drama que ele e os empresários da área estão enfrentando durante a pandemia do coronavírus.
“As academias ficaram completamente fechadas do dia 27 de março até o dia 06 de maio. Nesse primeiro período, nenhuma academia se manifestou, enquanto o comércio estavam com suas meias portas abertas, os restaurantes puderam faturar em delivery, além de outros setores que puderam respirar, ainda que com ‘ajuda de aparelhos’. Uma coisa não justifica a outra, porém, enquanto alguns setores puderam trabalhar, ainda que precariamente, as academias se mantiveram sem nenhuma fonte de renda. Mesmo com algumas academias oferecendo aulas online, grande parte dos alunos deixou de pagar sua mensalidade. Em Votuporanga são mais de 40 academias, a grande maioria de simples professores de educação física e não de grandes empresários. São pessoas que querem melhorar sua qualidade de vida, mesmo sacrificando a própria saúde física e mental, às vezes com jornada de trabalho superior a 14 horas por dia, pra fazer frente às necessidades financeiras, e ainda poder gerar renda para pagar seus colaboradores”.
“Em meio a isso, tivemos uma oportunidade concedida pela prefeitura no dia 05 de maio, quando pudemos reabrir nossas portas com restrições muito severas, não observadas em nenhum outro lugar, tais como atender apenas 30% dos nossos alunos, fechar nossos bebedouros e fazer uso de luvas. Reabertos e mais uma vez sem reclamações, pois o que interessava era mostrar o compromisso com a sociedade e clientes, como geradores de saúde. Aguentamos na raça e na fé.”
“O que ninguém sabe é que, em razão dos valores insignificantes das mensalidades, as academias tem um reduzido fluxo de caixa, que mal faz frente para os compromissos com folha de pagamento, aluguéis, impostos, água, energia e internet, sem considerar o financiamento de equipamentos e infraestrutura. E mais uma vez insistimos: Na sua maioria, são pequenos empresários que idealizaram um pequeno negócio, cientes dos benefícios no aumento da imunidade e melhoria das capacidades cardiorrespiratórias, amplamente demonstradas em artigos científicos produzidos pelos maiores centros de pesquisa em fisiologia do exercício do planeta. E mais uma vez as academias estão fechadas, mesmo sem a comprovação de um único caso de transmissão por academias, e com informações de que a maioria dos casos de contaminação sé oriundo das cidades satélites de Votuporanga”.
“As forças desses bravos sonhadores estão se esvaindo, com a certeza de que os maiores prejudicados com o fechamento das academias, alguns de forma definitiva, será a população, que num momento em que a saúde é moeda vital para a eventual recuperação de contaminados, sendo privada de atividades físicas orientadas, com a chancela do órgão de classe, o CREF Conselho Regional de Educação Física. População sedentária é presa fácil pra doença”.
“Academia não é lazer, academia é saúde!”